Curitiba - A economia brasileira receberá até dezembro uma injeção de cerca de R$ 158 bilhões adicionais por conta do pagamento do 13º salário. A estimativa é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O montante é 10,5% superior aos R$ 143 bilhões do ano passado. Do valor total, 20% serão destinados para beneficiários do INSS e 71% para os empregados formais incluindo os trabalhadores domésticos. O restante caberá aos aposentados e pensionistas da União, dos estados e dos regimes próprios dos municípios.
A previsão é que 84,7 milhões de trabalhadores do mercado formal, incluindo empregados domésticos, contribuintes da Previdência Social, aposentados e beneficiários de pensão, sejam beneficiados, volume 2,9% maior que no ano passado. Os R$ 158 bilhões representam aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto. O Dieese calcula que os beneficiados pelo 13º receberão, em média, R$ 1.774,00, valor 6,62% superior a 2013.
No Paraná, serão pagos cerca de R$ 8,5 bilhões, valor 11,31% maior que no ano passado, quando o valor foi de R$ 7,9 bilhões. Esse montante representa 5,4% do total do Brasil, 34,1% da região Sul e 2,83% do PIB estadual. Cerca de 5,111 milhões de paranaenses serão beneficiados com o 13º, número 2,12% superior a 2013.
O valor médio a ser pago no Estado é de R$ 1.646,73 e 9% superior aos R$ 1.510,71 do ano passado. O economista do Dieese do Paraná, Sandro Silva, explicou que o volume total de R$ 8,5 bilhões é maior que em 2013 porque houve aumento do número de pessoas que vão receber o benefício. Além disso, os trabalhadores continuaram a ter aumento de salário acima da inflação neste ano.
Os empregados do mercado formal do Paraná receberão 78,1% do total ou R$ 6,636 bilhões, os beneficiários do INSS ficam com 20,9% (R$ 1,780 bilhão) e os aposentados e pensionistas dos Regimes Próprios do Estado e dos municípios receberão 1% (R$ 82,4 milhões).
O Dieese também estima que 79% do total do benefício a ser pago no Estado virá dos 29 principais municípios do Paraná. Os maiores valores serão para os trabalhadores de Curitiba (R$ 2,712 bilhões), Londrina (R$ 349,633 milhões), Maringá (R$ 302,516 milhões), São José dos Pinhais (R$ 226,490 milhões), Cascavel (R$ 183,920 milhões), Ponta Grossa (R$ 160,938 milhões), Araucária (R$ 119,545 milhões) e Foz do Iguaçu (R$ 119,489 milhões).
Silva acredita que a maior parte dos recursos do 13º salário deve ir para pagamento de dívidas e o restante para gastos com as festas e presentes de fim de ano. No entanto, ele lembrou que muitas vezes as pessoas pagam as dívidas antigas para poderem fazer novos parcelamentos no comércio, o que também ajuda a acelerar a economia. "Neste ano, talvez as pessoas sejam mais comedidas no consumo", avaliou.
A recomendação dele é que o trabalhador procure primeiro quitar as dívidas pendentes e também pense no próximo ano que já inicia com gastos como matrículas e material escolar, IPTU e IPVA. "Muitas vezes o consumidor contrai novas dívidas sem considerar que tem despesas que pressionam o orçamento familiar no início do ano", alertou. Ele também sugere a poupança de parte do 13º, na medida do possível.