Apenas o conhecimento e o desenvolvimento de tecnologias de manejo adequado de solo e água não são suficientes para a preservação ambiental, na visão do pesquisador Arnaldo Collozi. Para ele, o tema precisa ser tratado desde cedo, na educação básica, assim como é necessário levantar políticas legais que promovam a preservação dos recursos.
Collozi defende a necessidade de ensinar desde a infância que o "solo não é algo sujo, destinado aos cachorros", mas que é algo vivo e fundamental para a existência. "Passando dessa conscientização da base, talvez consigamos reverter essas práticas inadequadas para algo sustentável no futuro." Ele também avalia que as disciplinas de manejo e conservação deveriam ser obrigatórias no ensino superior de áreas ligadas ao campo.
Do ponto de vista legal, o pesquisador indica a necessidade de ações e legislações que promovam a preservação de solo e água, sem deixar apenas com o agricultor o ônus dessa conservação. "Queremos que a sociedade toda assuma esse compromisso. O agricultor não é o culpado (pelas agressões ambientais). Ele consegue fazer boas práticas, mas, se todo o entorno da microbacia não fizer o mesmo, o esforço dele não adianta", diz.
Na região Oeste, a intervenção da Itaipu Binacional, no programa Cultivando Água Boa, é bom exemplo do envolvimento de toda a sociedade, pelos resultados positivos que trazem. "Eles conseguem coordenar pesquisas, a educação, as entidades de classe e as próprias empresas, com o objetivo central de preservar solo e água. E não houve uma intervenção com dinheiro, mas uma coordenação de atividades buscando um objetivo, o envolvimento de todos os atores da região", exemplifica Collozi. (L.F.W.)