A principal reclamação ontem dos produtores rurais associados à Corol Cooperativa Agroindustrial era o fato de o Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE) ter começado a protestar dívidas em nome dos cooperados. Dos 600 que assinaram 903 Notas de Crédito Rural (NCRs), cerca de 300 foram ameaçados com a inclusão na lista negra de devedores do Serasa.
Alguns dos que tiveram dívidas protestadas conseguiram, na Justiça, reverter o processo, já que as NCRs eram em benefício da Corol. Mesmo assim, eles se colocavam ontem contra a atual diretoria. "Assinamos em 2010, venceria em 2012, foi acumulando juros, foram enrolando e não deram solução prática", disse o cooperado Mario Luiz Biolo, de Cornélio Procópio. Ele e mais três irmãos têm quatro NCRs executadas, cada uma de R$ 25 mil.
O associado Manfred Scherch, de Rancho Alegre, tem uma NCR de R$ 12 mil e o irmão, uma de R$ 15 mil. Ele diz que sentiu como se a diretoria tivesse deixado a dívida para ele. "Quem é executado fica com o nome no Serasa e não consegue mais financiamento."
O presidente da Corol, Eliseu de Paula, diz que o BRDE não poderia ter executado os cooperados e que prova disso é o fato de alguns terem revertido a situação na Justiça. Ele também voltou a atacar a Cocamar Cooperativa Agroindustrial, que arrendou parte da infraestrutura da associação de Rolândia, por não assumir também o passivo da entidade e por fazer campanha contra ele. A Cocamar chegou a enviar funcionários para acompanhar a assembleia de ontem, mas eles disseram que não há o que comentar sobre as reclamações do presidente da Corol. (F.G.)