O novo diretor-geral da Itaipu Binacional,  Luiz Fernando Vianna, em seu discurso de posse
O novo diretor-geral da Itaipu Binacional, Luiz Fernando Vianna, em seu discurso de posse | Foto: Orlando Kissner/ANPr



Tomou posse nesta segunda-feira em Curitiba o novo diretor-geral da Itaipu Binacional, Luiz Fernando Vianna. Ele substitui Jorge Samek, que ficou no cargo por 14 anos. Durante a solenidade, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, reforçou as expectativas de que haverá aumento da tarifa de energia neste ano. Embora os custos sejam definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o ministro observou que a falta de chuva nas regiões Sudeste e Nordeste deve levar o País a acionar as termelétricas, o que impactará diretamente no preço final da energia paga pelo consumidor.

"Ninguém toma a decisão de ir para uma bandeira amarela, onerando o consumidor de livre e espontânea vontade. Evidentemente que nós estamos indo para o sexto ano consecutivo de seca no Nordeste. Tivemos uma chuva no Sudeste que até agora não foi como nós esperávamos e o nosso compromisso maior é como o abastecimento energético do País como um todo. Posso garantir que não temos riscos de desabastecimento, não vai faltar energia, não vai ter apagão", declarou. Segundo o ministro, o País tem um grande parque térmico para compensar a falta de chuva. "Nós teremos que acionar e isso terá impacto na tarifa, infelizmente", admitiu.

As autoridades foram unânimes em apontar os principais desafios da nova gestão à frente de Itaipu: a atualização tecnológica em andamento e os desdobramentos financeiros da revisão do anexo C do Tratado de Itaipu, que está previsto para terminar em 2023, e foi assinado entre Brasil e Paraguai. "Um desafio é manter esse trabalho todo que a Itaipu Binacional tem feito na área de sustentabilidade e desenvolvimento econômico da região e quem sabe ampliar um pouco mais. O segundo é a renovação tecnológica das 20 unidades, sem diminuir a produção recorde da usina. E o terceiro desafio é o anexo C, que trata de toda a área comercial e a área de suprimento de energia elétrica", elencou Vianna.

O novo diretor-geral disse que pretende iniciar conversas com os paraguaios já nos próximos dias. "Nós pagamos uma taxa pelo uso de excedente de energia que o Paraguai não usa, mas é algo que trataremos nos próximos dias", afirma. A expectativa é que, na renovação do tratado, a tarifa de geração possa ser reduzida. Segundo o ex-diretor geral da Itaipu Jorge Samek, 62% do custo de geração de energia em Itaipu se deve ao tratado. "Em 2023, esse custo desaparecerá e representa uma ótima oportunidade para o Brasil e o Paraguai", celebrou.

Também tomaram posse os diretores Marcos Antônio Baumgärtner (administrativo) e Marcos Stamm (financeiro executivo) e os conselheiros Orlando Moisés Fischer Pessuti, Adailton da Rocha Teixeira e Paulo Jerônimo Bandeira de Mello Pedrosa. As vagas das diretorias Técnica Executiva e de Coordenação seguem sem novos titulares. As indicações de Rubens de Camargo Penteado e Ramiro Wahrhatfig foram suspensas na última sexta-feira pelo presidente Michel Temer, depois de a imprensa revelar que ambos eram integrantes de partidos políticos, o que é proibido pela nova lei das estatais.

A ITAIPU
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é a segunda maior hidrelétrica construída e a que mais gerou energia limpa e renovável no mundo, com a produção de mais de 2,4 bilhões de MWh desde 1984. Em 2016, a usina retomou a liderança mundial em geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh gerados. A usina é responsável pelo abastecimento de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai.