Londrina sediou ontem o 1º Fórum de Controle e Produção de Pescados do Paraná, evento criado para mostrar a necessidade de que aquicultores se cadastrem no Ministério da Pesca e Agricultura para profissionalizar o setor. O Estado é o maior produtor de peixes produzidos do País, com 73 mil toneladas ao ano, mas tem potencial para chegar a 5 milhões de toneladas. Porém, há dificuldade em formular políticas públicas de incentivo pela falta de informações sobre a cadeia.
Apesar de ter 12% das reservas de água doce do mundo, o Brasil importa 60% dos peixes consumidos no País. O engenheiro de pesca Luiz Eduardo Sá Barreto, do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), afirma que a produção nacional é hoje de 1,240 milhão de toneladas, entre pesca cultivada e extrativa. "Seria possível chegar a 20 milhões de toneladas só de peixes produzidos. Há muito espaço para crescer."
O diretor do Departamento de Registro de Pesca do ministério, Clemerson José Pinheiro da Silva, foi o responsável pela palestra que explicou a importância do registro, no fórum em Londrina. Ele citou como exemplo o Plano Safra para o biênio 2013 e 2014, feito em cima de dados de produtores e de toda a infraestrutura nacional.
Barreto defende que outros tipos de produtores, como os avicultores, recebem bem mais incentivos do governo federal porque há informações claras sobre toda a cadeia produtiva. "Ainda não se sabe quanto se produz, quantos frigoríficos e quanto se estoca de peixes no Brasil", explica.
Em apresentação no evento, ele traçou o perfil da aquicultura no Estado. Ele disse que é possível encontrar toda a infraestrutura necessária para o cultivo, como fábricas de tanques e laboratórios. Por isso, o Paraná responde por quase 20% das 400 mil toneladas de peixes produzidos no País. Ele diz que a produção poderia ser quadruplicada apenas na região de Londrina. "A legislação permite usar até 1% das águas públicas da União para criação de peixes cultivados e se usarmos 1% da Bacia do Paranapanema, dá para produzir mais de 300 mil toneladas", projeta.
Barreto lembra que existem outras opções no Estado, como a Bacia do Rio Iguaçu e reservatórios. "O Paraná pode chegar a 5 milhões de toneladas de cultivados tranquilamente. Para mim, é questão de tempo."
Estiveram presentes no fórum o superintendente federal da Pesca e Aquicultura do Paraná, José Antonio Faria de Brito, técnicos, produtores e prefeitos e vereadores de todo o Estado.

Reunião em Londrina
A Associação Norte Paranaense de Aquicultores (Anpaqui) promove na próxima segunda-feira a palestra "Profissionalização da Cadeia Produtiva da Tilápia", ministrada pelo zootecnista Daniel Fuziki. O evento começa às 15 horas, no Polaco Futebol Feijão com Arroz, na rodovia Carlos Augusto Strass, entre os distritos de Heimtal e Warta, em Londrina.
Além da palestra, o presidente da Anpaqui, Marcos Roberto Moreno, afirma que será feita a prestação de contas da entidade no local. No encerramento, os produtores farão a última reunião do ano dos Amigos do Peixe, com jantar de confraternização à base de peixes cultivados.