Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a reconhecer que os preços da gasolina e do gás subiram, mas repetiu que o importante é que a média dos outros preços não cresceu tanto, o que levou a inflação de 2017 a ficar abaixo do piso da meta.

"Gás e gasolina subiram em função do preço do petróleo no mercado internacional, mas os preços da comida e outros caíram, então a média da inflação foi menor", afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole de Salvador. "O que importa é o que consta no orçamento e no padrão de compra de cada um", completou.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2017 com alta de 2,95%, abaixo do piso da meta, que era de 3,00%. Meirelles destacou ainda que o INPC encerrou o ano em 2,07%, o menor nível desde 1994. "Esse indicador, que mede a inflação das classes mais baixas, foi o menor da história. A inflação está baixa principalmente para quem tem menor renda", acrescentou.

Meirelles voltou a dizer que a ideia do governo é de que a inflação fique dentro dos intervalos da meta, mas disse que ficar abaixo do piso não é ruim. "O ideal é que a inflação seja a mais baixa possível. Inflação abaixo do piso da meta é ótimo, não pode é ficar acima da meta", avaliou.

Rebaixamento

Meirelles repetiu também que o rebaixamento do rating do Brasil pela S&P Global na semana passada já era esperado pelo mercado e destacou que não houve impacto significativo dessa decisão nos indicadores da economia brasileira.

"A Bolsa de valores continuou subindo, o dólar continuou estável e juros continuaram caindo um pouco", argumentou Meirelles. "Os mercados receberam (o rebaixamento) com tranquilidade", avaliou.

Segundo o ministro, os investidores já consideravam que rebaixamento viria e agora já estariam olhando para frente. "A impressão que temos é que (o rebaixamento) não afasta investidores. Os investidores olham as notas de rating como um indicador, mas têm suas próprias análises", completou.

Apesar do novo corte na nota de crédito, Meirelles alegou que a situação fiscal do País está sendo enfrentada e lembrou que governo está aprovando medidas, com o teto de gastos. "Temos que fazer o dever de casa e continuar trabalhando para a nota voltar a subir", acrescentou.