A redução permanente das taxas de juros depende do avanço das reformas, afirmou o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado nesta terça-feira (10). Os cortes sucessivos pelo Copom (Comitê de Política Monetária) levaram a Selic a 8,25% ao ano e analistas do mercado financeiro já preveem que possa chegar a 7% ao ano.
Em termos reais (descontada a inflação projetada um ano à frente), a taxa está em torno de 3% ao ano, ressaltou Goldfajn, patamar mais baixo do que a média dos últimos cinco anos (5% ao ano) e também reduzida em termos históricos. "Há duas décadas atrás, a taxa estava em 20% ao ano", disse Goldfajn. "Nosso papel é tentar manter essa taxa estrutural mais baixa."
Isso significa, segundo ele, que ou o país avança em reformas que permitam a redução progressiva do juro estrutural ou, em algum momento, a taxa terá que ser novamente reajustada. "Ou baixamos a taxa de juros estrutural ou, em algum momento, terá que subir a taxa de hoje. Ou uma combinação das duas coisas. Para garantir a queda sustentável, é necessário perseverar no caminho de ajustes e reformas."