Uma das últimas indústrias instaladas na cidade, Atlas Schindler não vê dificuldade na logística em atuar distante 500km do porto
Uma das últimas indústrias instaladas na cidade, Atlas Schindler não vê dificuldade na logística em atuar distante 500km do porto | Foto: Sérgio Ranalli



Uma das últimas indústrias a se instalar em Londrina, há 18 anos, a fábrica de elevadores, escadas e esteiras rolantes Atlas Schindler não vê nenhuma dificuldade logística de atuar na cidade. Mesmo utilizando o modal marítimo para importar e exportar matéria-prima e mercadorias, a empresa não considera relevante a distância de Londrina em relação aos portos. Nem acredita que esse fator provoque aumento significativo de custos. Foi o que disse o presidente da companhia no Brasil e CEO das Américas, André Inserra, durante entrevista à FOLHA. Na última quinta-feira, Inserra veio à cidade acompanhado de um grupo de 15 clientes, para uma visita à fábrica.

A planta de Londrina, segundo ele, gera 1.500 empregos diretos e indiretos e nenhuma vaga foi cortada nos últimos anos. O executivo demonstra estranheza ao saber que os governos alegam ser difícil atrair investimentos para a cidade devido à distância do Porto de Paranaguá. "A dificuldade é nenhuma. Tanto é que recentemente trouxemos para Londrina uma equipe de 20 pessoas e vamos trazer mais. Queremos explorar melhor a cidade como base para nossa operação no Brasil", garante. A planta local é a única do grupo suíço na América Latina. Há outras nove espalhadas pela Europa, Estados Unidos, China e Índia. "Londrina hoje é focada na nossa produção fabril. Nossa ideia é que a cidade tenha também papel de suporte e apoio para outras atividades que a gente tenha na operação", alega. Inserra considera a mão de obra da cidade "muito boa". "Não temos dificuldade nenhuma para atrair bons colaboradores."

EXPORTAÇÃO
Até o ano passado, a fábrica produzia somente para o Brasil. Mas uma das estratégias adotadas pelo grupo para driblar a crise econômica foi transferir da China para cá a produção que é destinada aos demais países da América Latina, incluindo o México. Para isso, foi preciso investir na planta londrinense. Somente um dos equipamentos adquiridos em 2016 custou R$ 10 milhões. "A fábrica de Londrina é extremamente automatizada, está no padrão das melhores fábricas de elevadores do mundo. E mostrou-se tão competitiva quanto as fábricas mais eficientes chinesas", elogia.

Uma segunda estratégia para enfrentar a crise, segundo o presidente, foi o foco na modernização de elevadores. "A gente pega o elevador antigo e faz melhorias operacionais e estética. Isso aumentou muito o volume da fábrica", conta. De acordo com ele, apesar do cenário econômico adverso, a empresa vem crescendo ano a ano no Brasil e mantém lucro operacional.

Inserra não revela a participação de mercado da Atlas Schindler, mas garante que a empresa é líder no País. O grupo tem sede administrativa e comercial e uma oficina de restauração em São Paulo. Para o biênio 2016/17, o plano de investimento é de R$ 100 milhões no Brasil.