Longe do cais, empresa investe na planta de Londrina
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segunda-feira, 08 de maio de 2017
Nelson Bortolin<br>Reportagem Local
Uma das últimas indústrias a se instalar em Londrina, há 18 anos, a fábrica de elevadores, escadas e esteiras rolantes Atlas Schindler não vê nenhuma dificuldade logística de atuar na cidade. Mesmo utilizando o modal marítimo para importar e exportar matéria-prima e mercadorias, a empresa não considera relevante a distância de Londrina em relação aos portos. Nem acredita que esse fator provoque aumento significativo de custos. Foi o que disse o presidente da companhia no Brasil e CEO das Américas, André Inserra, durante entrevista à FOLHA. Na última quinta-feira, Inserra veio à cidade acompanhado de um grupo de 15 clientes, para uma visita à fábrica.
A planta de Londrina, segundo ele, gera 1.500 empregos diretos e indiretos e nenhuma vaga foi cortada nos últimos anos. O executivo demonstra estranheza ao saber que os governos alegam ser difícil atrair investimentos para a cidade devido à distância do Porto de Paranaguá. "A dificuldade é nenhuma. Tanto é que recentemente trouxemos para Londrina uma equipe de 20 pessoas e vamos trazer mais. Queremos explorar melhor a cidade como base para nossa operação no Brasil", garante. A planta local é a única do grupo suíço na América Latina. Há outras nove espalhadas pela Europa, Estados Unidos, China e Índia. "Londrina hoje é focada na nossa produção fabril. Nossa ideia é que a cidade tenha também papel de suporte e apoio para outras atividades que a gente tenha na operação", alega. Inserra considera a mão de obra da cidade "muito boa". "Não temos dificuldade nenhuma para atrair bons colaboradores."
EXPORTAÇÃO
Até o ano passado, a fábrica produzia somente para o Brasil. Mas uma das estratégias adotadas pelo grupo para driblar a crise econômica foi transferir da China para cá a produção que é destinada aos demais países da América Latina, incluindo o México. Para isso, foi preciso investir na planta londrinense. Somente um dos equipamentos adquiridos em 2016 custou R$ 10 milhões. "A fábrica de Londrina é extremamente automatizada, está no padrão das melhores fábricas de elevadores do mundo. E mostrou-se tão competitiva quanto as fábricas mais eficientes chinesas", elogia.
Uma segunda estratégia para enfrentar a crise, segundo o presidente, foi o foco na modernização de elevadores. "A gente pega o elevador antigo e faz melhorias operacionais e estética. Isso aumentou muito o volume da fábrica", conta. De acordo com ele, apesar do cenário econômico adverso, a empresa vem crescendo ano a ano no Brasil e mantém lucro operacional.
Inserra não revela a participação de mercado da Atlas Schindler, mas garante que a empresa é líder no País. O grupo tem sede administrativa e comercial e uma oficina de restauração em São Paulo. Para o biênio 2016/17, o plano de investimento é de R$ 100 milhões no Brasil.