Os trabalhadores com carteira assinada, aposentados e pensionistas de Londrina têm direito a receber R$ 441,9 milhões como 13% salário, cuja primeira parcela deve ser depositada até 30 de novembro e a segunda, até 20 de dezembro. O montante corresponde a apenas 5,3% do total do benefício no Paraná, que é de R$ 6,8 bilhões. Na capital, ficarão R$ 3,2 bilhões, 39,8% do bolo. Pouco mais de 63% do total do 13º se concentrará em 10 dos 399 municípios do Estado (ver quadro). Os números foram calculados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que cruzou dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho.
"Esse 13º representa um alívio para o bolso do trabalhador e para toda a economia após uma prolongada crise. 2017 se consolida como um ano melhor que 2016, tanto que já revisamos de 1,6% para 2% a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado. Temos convicção de que deixamos a crise para trás", diz o economista e diretor-presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Julio Takeshi Suzuki Junior.
Em Londrina, 166.916 trabalhadores devem receber um 13º salário médio de R$ 2.647. Com o dinheiro extra, muita gente vai conseguir pagar suas dívidas e se preparar para as despesas do início do ano. Mas boa parte do recurso será usada nas compras de final do ano, o que anima as entidades representativas do varejo. A Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) espera que o dinheiro ajude a aumentar as vendas de Natal entre 5% e 6% . "Tal qual no restante do País, a primeira parcela do 13º será usada para pagamento de dívidas e a segunda para as compras que terão um tíquete médio de R$ 130 pelos nossos cálculos", informa o presidente da associação, Claudio Tedeschi.

Imagem ilustrativa da imagem Londrinenses receberão quase R$ 442 milhões em 13º salário



Segundo ele, o comércio reagiu neste segundo semestre do ano e deve melhorar mais. "Traumas do endividamento e da falta de emprego aos poucos estão dando lugar ao otimismo e, aqui em Londrina, faremos uma programação que mescla atividades culturais e iluminação com decoração natalina no centro e nas principais vias de comércio da cidade. O pensamento dos empresários é de que quem aceita ser locomotiva, não se intimida em puxar carga pesada para avançar", declara.
A Acim (Associação Comercial e Empresarial de Maringá) também estima um crescimento igual ou superior a 6% nas vendas de final de ano. "É de 6% para cima o crescimento em relação ao Natal de 2016. Já percebemos uma melhora positiva e mais de 600 empresas daqui aderiram a campanha Natal Sonho Dourado, para estimular ainda mais os consumidores a irem às compras com vários sorteios entre novembro e dezembro", comenta o vice-presidente da entidade, Carlos Ferraz.
Maringá ocupa o terceiro lugar entre as cidades com maior participação do 13º salário no Paraná. São 156.163 trabalhadores, que devem receber um valor médio de R$ 2.587 até dezembro. Para Ferraz, o bom desempenho da Cidade Canção na saída da crise se deve a uma base econômica bastante diversificada. "Vários setores se destacam, o que garante essa solidez. Creio que 2018 deve ser ainda melhor, uma vez que o emprego em alguns ramos de nossa economia já está sendo recuperado", comemora.

Cidade perde no quesito emprego formal

Embora a divisão do 13º salário evidencie uma concentração da riqueza, o economista e diretor-presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Julio Takeshi Suzuki Junior, garante que essa situação já foi mais grave olhando para o histórico do PIB (Produto Interno Bruto). "O PIB estadual mais recente, de 2014, mostra que o interior responde por 60,3% da riqueza gerada, enquanto em 2010 respondia por 55,3%", compara.
Chama atenção no levantamento do Dieese, o baixo número de empregos formais em Londrina, na comparação com as outras grandes cidades. Curitiba tem um posto de trabalho a cada grupo de 2,18 habitantes. Em segundo e terceiro lugares, Maringá e Toledo têm respectivamente um para cada grupo de 2,6 e 2,9 habitantes. Cascavel e Araucária também têm mais empregos formais que Londrina: um para cada grupo de 3,17 e um para cada grupo de 3,33 moradores.
Somente na sexta posição vem Londrina, com um emprego para cada grupo de 3,35 habitantes. Isso explica o fato de a cidade ter uma população 37% maior que a de Maringá, mas uma massa de 13º salário somente 9,3% maior que a maringaense. O salário médio londrinense (R$ 2.647), no entanto, ainda é maior que o de Maringá (R$ 2.587).