O coordenador da startup, Cristiano Russo, afirma que modelo adotado para a aceleradora deve aumentar as chances de investimento no final
O coordenador da startup, Cristiano Russo, afirma que modelo adotado para a aceleradora deve aumentar as chances de investimento no final | Foto: Anderson Coelho


Londrina conta agora com mais uma aceleradora de startups. A Hotmilk, da PUC-PR (Pontífícia Universidade Católica do Paraná), foi inaugurada nesta quinta em um espaço alugado de 240 m² equivalente a duas salas em um prédio em frente ao Campus Londrina (zona oeste). Além da Hotmilk, Londrina já conta com outros três programas de aceleração: a Wayra, da Telefónica; a Founder Institute, sediada no Vale do Silício, e a SRP GO, da Sociedade Rural do Paraná. Em breve, a Sercomtel também deve anunciar a sua própria aceleradora, que está em fase de análise jurídica.

O diferencial da Hotmilk, segundo o coordenador Cristiano Teodoro Russo, está no fato de a aceleradora oferecer, além de metodologia e mentoria, a possibilidade de capital. No processo de seleção e aceleração, a aceleradora terá a participação de um grupo de investimento anjo da cidade – o Smart Value. "O diferencial do modelo da Hotmilk é que ela consegue operar associada a um fundo de investimento. Tem muitos poucos modelos no mercado que funcionam dessa forma. Para as startups, isso é fundamental porque aumentam as chances de receber investimento no final", comenta Russo.

Na fase de aceleração, a startup pode receber capital semente e investimento anjo, que pode chegar de R$ 50 mil a R$ 200 mil, ele continua. Em reportagem publicada em março, a Smart Value já havia afirmado que faria um aporte de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões em negócios inovadores nesses dois primeiros anos de vida do grupo.

O processo de aceleração é bem ágil – dura de quatro a 12 semanas. Nesse período, os empreendedores podem usufruir da estrutura de escritório do local, além de mentorias com pessoas ligadas à Hotmilk, professores da PUC-PR, integrantes do Smart Value e outros empresários e pessoas ligadas ao ecossistema de startups de Londrina.

O primeiro edital da Hotmilk ficará aberto dos dias 3 a 31 de julho, e o processo de seleção começa em agosto com duas etapas. A forma como será feito o processo de seleção da primeira etapa ainda está sendo discutida, mas já se sabe que, na segunda, haverá uma sabatina com os empreendedores. "Ainda não foi definido o número de startups que serão abrigadas, mas temos capacidade para até 10 com 4 membros cada. Vai depender muito dos projetos. A partir de agora não depende mais da Hotmilk, ou do Smart Value, e sim do empreendedor", salienta Russo. O coordenador explica que a Hotmilk vai receber não só startups, mas também projetos acadêmicos de cunho empreendedor e de inovação. "É um ambiente que vai atender a comunidade dentro do ecossistema de Londrina e região."

Investimento

Santos, do Smart Value, afirma que o interesse do grupo de investimento anjo, nesse edital da Hotmilk, está em startups de qualquer setor. "Nesse primeiro ano, deixamos as áreas livres até para poder conhecer melhor o que temos de startups na região", disse Moacir Vieira dos Santos, sócio-administrador do grupo. Para admitir startups para investimento, o Smart Value criou um sistema de pontos (score board) que leva em consideração critérios como equipe, o problema que a startup se propõe a resolver e viabilidade financeira. No entanto, ele ressalta que o grupo também irá acompanhar as startups no processo de aceleração dentro do conceito de smart money. "Não somos só um grupo de investimento. Vamos participar das mentorias e colocar o grupo de empreendedores à disposição."