Para Renato Pianowski, economista e asssessor da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), os custos dos serviços da Sercomtel são mais altos por ''motivos óbvios'' que caracterizam uma empresa pública. ''Há muita gente pendurada na Sercomtel, enquanto as outras concorrentes são enxutas. Diretorias, conselhos, tudo isso são despesas'', afirma.
Se as despesas são grandes, a dificuldade para fazer crescer a receita também é, segundo o economista. ''No Dia dos Pais, enquanto as concorrentes investiram pesado em propaganda, a Sercomtel não fez nada'', ressalta. A telefônica municipal está sem contrato com agência de publicidade.
De acordo com Pianowski, já passou da hora de a Sercomtel ser vendida. ''O prefeito Nedson (Micheleti) estava coberto de razões'', diz ele sobre a proposta de privatização da Sercomtel Celular feita durante a administração do ex-prefeito. Em 2001, Micheleti realizou um plebiscito propondo a venda da telefônica, mas a população se manifestou contrária.
Já o contador Othon de Andrade Filho, sócio da BrCont, é otimista quanto à situação da Sercomtel. ''Acho que é possível virar o jogo. Basta, para isso, uma boa gestão. Tem de reduzir despesas operacionais e custos de serviços'', afirma ele, que também é supervisor de Estatística e Inteligência Contábil do Instituto Brasileiro de Planejamentto Tributário (IBPT).
''É preciso identificar os demais pontos críticos da empresa e ver o que o concorrente está fazendo para ser mais eficiente'', aconselha Andrade Filho, que também é um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Balancos.com.
Ele ressalta que, comparado com a concorrência, a Sercomtel tem baixos índices de reclamação. ''O prefeito deveria fazer um apelo popular. A Sercomtel oferece o melhor serviço e não tem porque o londrinense não preferi-la.'' Andrade Filho acredita que é possível colocar a empresa no azul. E não só isso. Segundo ele, o Município - como sócio majoritário - poderia inclusive retirar lucros da Sercomtel para investir em outras áreas. (N.B.)