A resposta para a busca de recursos para o desenvolvimento de projetos de Cidades Inteligentes pode estar nas parcerias público-privadas, diz o coordenador de Projetos da FGV Projetos, Marco Ristuccia. "Não vejo nenhuma contradição em promover o investimento privado, ainda mais nesse contexto difícil de finanças públicas." Antes de buscar recursos, porém, é preciso ter um bom projeto em mãos, salienta o diretor de Ciência e Tecnologia da Codel, Pedro Sella, "A ideia é a prefeitura, com entidades empresariais, sociedade civil organizada, desenvolver para Londrina grandes projetos para captar recursos, sejam públicos ou privados."

Para Cláudio Tedeschi, do Conselho Fiscal do Fórum Desenvolve Londrina, a Sercomtel pode ser considerada o maior recurso do município para o desenvolvimento dos projetos de Cidades Inteligentes. Com o seu domínio sobre tecnologia e infraestrutura na cidade, a operadora poderia passar a oferecer e vender serviços relacionados ao conceito, garantindo também a sua sobrevivência.

Mas Roberto Nishimura, da Sercomtel Participações, lembra que, para o cidadão se beneficiar de projetos de Cidades Inteligentes, alguém precisa "pagar por isso". "Nada é de graça. E, com certeza, de uma forma ou de outra, quem vai pagar a conta é o cidadão." Nishimura diz acreditar em uma "tarifa de Cidade Inteligente" que, em um futuro não muito distante, poderá ser cobrada do cidadão assim como é cobrada a taxa de iluminação.

Em projeto-piloto a ser realizado em conjunto com a Polícia Militar e com a sociedade civil organizada para usar câmeras de segurança das residências de Londrina na segurança pública, os moradores é que disponibilizarão os recursos e pagarão pela interconexão dos equipamentos com um centro de comando e controle a ser implantado pelo governo estadual. "Os próprios bairros vão sustentar o seu próprio pedaço", explica Nishimura. (M.F.C.)