Sete anos e um crescimento de 500%. Quando se trata do setor brasileiro da construção civil, os números dos anos tendem a ser positivos. Em 2011, a área construída no País foi de 365 milhões de metros quadrados, cinco vezes mais comparado aos 63 milhões de 2005. Junto a esta evolução, o Brasil sofre com diversos gargalos, relacionados principalmente ao baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento do setor.
E é para falar sobre a importância da inovação na área que o 4º Encontro Nacional da Construção Civil (Eninc) - que termina hoje no Parque de Exposições Ney Braga - recebe o chefe de relações internacionais da Building Research Establishment (BRE), Orivaldo Barros. Criado na Inglaterra em 1921, a BRE é o primeiro centro de pesquisa para o ambiente construído em todo o mundo cujo objetivo é melhorar a qualidade e performance das construções.
Em entrevista à FOLHA, Barros comenta a urgência do País em investir em novas tecnologias, o que necessitaria da colaboração de diversos agentes, sejam políticos, privados e até acadêmicos dentro de uma única plataforma. ''Se de um lado temos consumidores que buscam produtos de qualidade e alta performance, por outro existe pouco investimento em inovação e carência de mão de obra na indústria'', salienta ele.
Entre os pontos para efetiva inovação, o representante da BRE elenca como importante uma ''legislação mais robusta'' e criação de novos padrões e sistemas de trabalho. ''No Brasil, ainda utilizamos muito a construção no canteiro de obras. Em países como Inglaterra, por exemplo, temos a chamada 'offside construction', onde é possível construir dentro da fábrica, controlar melhor os resíduos sólidos que são gerados, com um resultado ambiental melhor.''
Uma das dificuldades para o aumento da tecnologia e também da sustentabilidade é que 77% das empresas que atuam no País são micros e pequenas, com nove a 50 empregados. Apenas 5% são grandes construtoras. ''Precisamos fazer com que estas empresas de pequeno porte entendam que para permanecer no mercado é preciso apostar em inovação e sustentabilidade. Vale dizer que isto não siginifica encarecimento das obras, existem várias formas de inovar sem gastar mais.''
Uma das estratégias para inserir tal inovação no DNA das empresas é um trabalho de diversas entidades - BRE, Ministério da Ciência e Tecnologia, Universidade de Brasília (UnB) e Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil - para construir, em Brasília, o Parque de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído (Pisac). ''Dentro deste espaço vamos testar e desenvolver novas tecnologias e soluções para o setor, levando em consideração o tamanho do País e suas particularidades.''
Serviço:
Eninc
Palestra: Inovação na Indústria da Construção
Data: hoje
Horário: 10h30
Local: Parque de Exposições Ney Braga
Informações: www.eninclondrina.com.br