A indústria paranaense mostra sinais de retomada do crescimento. O setor teve desempenho positivo em junho (0,5%) em relação ao mês de maio, interrompendo a trajetória descendente iniciada em fevereiro. No acumulado de janeiro a junho registrou expansão de 2,5% em comparação com o mesmo período de 2016. Os responsáveis pelo bom desempenho paranaense em junho (nos últimos 12 meses, a alta é de 0,8%) foram os setores de máquinas e equipamentos (31%),impulsionados pela maior produção de maquinário para colheita e tratores agrícolas; veículos automotores, reboques e carrocerias (12,3%); e bebidas (10,9%), devido à maior fabricação de cervejas, chopes e preparações em pó para elaboração de bebidas artesanais.

Os impactos mais negativos vieram dos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-13,3%); produtos de metal (- 9,6%) e produtos de madeira (-7%). A industria de máquinas e equipamentos também puxa o crescimento semestral (54%).

A combinação do índice de junho, com dados ajustados sazonalmente, e o acumulado do ano (2,5%) acima do mesmo período do ano passado, mostra que a industria paranaense apresenta uma recuperação, mas em um ritmo lento. "A recuperação no acumulado é significativa. Mostra a dinâmica da nossa indústria, influenciada pela excelente safra e retomada de exportações do setor metalmecânico", analisou o economista Roberto Zurcher, da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).

Para ele, o segundo semestre, historicamente de maior atividade industrial, deve manter a recuperação lenta, mas gradual, influenciada pela injeção de recursos da primeira parcela do 13º salário, que algumas empresas e o governo federal costumam adiantar em agosto. "É um período naturalmente de maior atividade industrial", disse o economista.
"Percebemos uma leve retomada em junho, em comparação com os últimos meses que foram de ajustes. Voltou o otimismo", afirmou Valter Orsi, presidente do Sindimetal Norte (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico do Norte do Paraná). Segundo ele, o setor tem uma demanda reprimida. "As empresas estavam postergando a compra e sentimos uma mudança neste movimento", comentou.

Para o presidente, está havendo um deslocamento da economia da ação política. O empresário que estava receoso com incertezas do cenário político, percebeu que precisa tomar uma decisão em relação a investimentos. "Ele (empresário) percebeu que não pode mais esperar para decidir se, por exemplo, faz um investimento para melhorar um processo, em função do cenário político. A situação é sensível, mas esperamos ter uma retomada da economia. Julho foi um mês de turbulência, mas agosto começa diferenciado", disse Orsi.

Imagem ilustrativa da imagem Indústria registra expansão em junho



DESEMPENHO NACIONAL
A variação da atividade industrial nacional foi nula, mas nove dos 14 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram expansão na produção. O Rio de Janeiro (3,1%), Amazonas (2,8%), Pernambuco (1,7%) e Minas Gerais (1,6%) foram os estados com melhor desempenho em junho no comparado com maio.

São Paulo (0,8%), Paraná (0,5%), Espírito Santo (0,1%), Ceará (0,1%) e Goiás (0,1%) completaram o conjunto de locais com índices positivos em junho. Os resultados negativos mais acentuados foram registrados na Bahia (-10,0%) e a região Nordeste (-4,0%). A Bahia eliminou o avanço de 5,1% registrado no mês anterior e o Nordeste voltou a recuar após acumular expansão de 2,8% nos meses de abril e maio. As demais taxas negativas foram observadas no Rio Grande do Sul (-1,1%), Pará (-0,4%) e Santa Catarina (-0,1%).

No acumulado do ano o Espírito Santo se destaca com índice positivo de (4,5%). A queda mais acentuada foi da Bahia (-7,4%). Na comparação com junho de 2016, o setor industrial nacional mostrou crescimento de 0,5%.