Imagem ilustrativa da imagem Indústria da saúde vem a reboque dos serviços
| Foto: Sérgio Ranalli
A HS Technology está no mercado há seis anos produzindo equipamentos para fisioterapia, no ano passado teve faturamento de R$ 1,5 milhão



O desenvolvimento dos serviços ligados à área da saúde trouxe a reboque uma indústria que ganha cada vez mais importância para a economia da região: a indústria de produtos médicos, odontológicos, e de fisioterapia, entre outros. A atividade cresceu tanto que levou o Sebrae a criar um projeto específico para atendê-la. "As pessoas não têm a dimensão da importância econômica desse setor que movimenta milhões, desde o atendimento à saúde propriamente dito, até a indústria de transformação vinculada a ela", afirma Simone Millan, gestora do Projeto Saúde, do Sebrae.
Participam do grupo representantes de 15 empresas e entidades que se reúnem para promover a expansão desse setor. "Londrina tem empresas que são destaque em âmbito nacional. Nós estamos falando de um setor transversal em várias áreas, na metalmecânica, na indústria de plástico, na química, na farmacêutica."
Angelus, Indusbello, Biodinâmica, HS Techonology, Plazadente, Preven, PZL e Indrel Cientific são apenas alguns exemplos citados por ela. "O que acontece é que Londrina sempre foi muito forte na área médica. A UEL tem um curso antigo e conceituado de medicina e atraiu médicos de renome durante muito tempo. A odontologia também sempre foi muito forte por aqui", justifica.
Simone ressalta que Londrina tem uma cadeia completa para promover esta atividade: universidades, incubadoras, cursos de engenharia. "Temos tudo para ser referência nacional."

PREMIADA
Criada em 1994, a Indusbello é um bom exemplo da pujança do setor. Fabricando produtos odontológicos para os mercados interno e externo, a empresa faturou R$ 13 milhões no ano passado. "Londrina é um polo (de produtos odontológicos) reconhecido nacionalmente. Nós já tivemos vários prêmios, entre eles o de inovação da CNI (Confederação Nacional da Indústria)", afirma o diretor da indústria, Leonardo Rodrigues Beni. Além do tradicional curso de odontologia da UEL, ele cita a proximidade com o Estado de São Paulo, "maior mercado consumidor", como molas propulsoras para o desenvolvimento do setor.
Os principais produtos fabricados na Indusbello são posicionadores para radiografia odontológica, afastadores para fotografia odontológica, sugadores para cirurgias e estojos para esterilização de instrumentos. Instalada no Parque Kiugo Takata, na zona sul, onde oferece 70 empregos diretos, a empresa constrói sua nova sede no Parque Tecnológico (zona norte), em terreno doado pelo Município. "Lá, vamos ampliar a produção em 30%", diz o diretor.
Questionado sobre a crise, Beni afirma que o setor é pouco vulnerável. "Nesta área de saúde, a gente sente menos. Às vezes, encontramos alguma dificuldade porque temos relações comerciais com uma gama grande de fornecedores. Parte deles foram afetados", declara.

Startup
A HS Technology, empresa que chegou ao mercado há seis anos, já apresentou um faturamento de R$ 1,5 milhão no ano passado. Mas é só o começo, segundo o diretor de Administração, Tiago Pereira, de apenas 32 anos. "A nossa meta para o ano que vem é o mercado externo. Estamos certificando produtos para o exportar", conta.
A indústria produz equipamentos de fisioterapia para avaliação de pisada e de marcha, além de palmilhas personalizadas. Pereira e o sócio abriram a empresa em 2008, ainda na incubadora da UEL. Só em 2010 começaram a faturar. "Nos dois últimos anos, não crescemos tanto, cerca de 15% a 20%. Mas antes, vínhamos num crescimento de 30% a 40%."
Com 11 funcionárias, a HS tem clientes em todos os Estados, "menos Acre e Rondônia" e "eventualmente" exporta para França, Portugal e Espanha.