Impulsionado pelo setor de veículos, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) do quarto trimestre de 2012 subiu 1,5% ante o mesmo período do ano anterior, atingindo o maior valor da série histórica iniciada há três anos. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) e provam que os incentivos governamentais para o setor realmente alavancaram a confiança do mercado.
Só o item que mede a confiança relativa das vendas de automóveis, peças e motos cresceu 8,2%, sendo que no trimestre imediatamente anterior a variação havia sido de 4,3%. As vendas do atacado também ajudaram a puxar os números, passando de 2,9% para 4,3%. Já outros itens que medem a confiança do varejo restrito (que engloba subitens como combustíveis, supermercados, vestuário, eletrodomésticos,etc) acabaram em queda de 0,9%. O segmento de materiais de construção também fechou o ano passado com o índice no vermelho: baixa de 4%. "Certamente o setor automobilístico foi o que mais contribuiu para esta alta do Icom em 1,5%. Mas temos que avaliar que o setor do comércio é muito volátil de um mês para o outro", explicou o consultor técnico do Ibre/FGV, Jorge Braga.
Outros subitens como supermercados e hipermercados (+6,9%) e combustível (+2,5%) também mostraram força no final do ano. Por outro lado, móveis e eletrodomésticos fecharam com o indicador em queda de 9,6%.
O Índice da Situação Atual (ISA-COM) médio do trimestre que terminou em dezembro manteve-se 2,4%. Na média do trimestre findo em dezembro, 27,0% das empresas consultadas avaliaram o nível atual de demanda como forte e 14,5%, como fraca. No mesmo período de 2011, estes percentuais haviam sido de 26,7% e 16,9%, respectivamente. Já o Indicador Trimestral do Índice de Expectativas (IE-COM) passou de 0,6% para 0,8%. Mesmo assim, a pontuação para as vendas previstas para os próximos meses ficou em 146,8, abaixo da média histórica de 158,2 pontos. "O índice também já aponta o que o comércio irá enfrentar nos próximos meses do ano, quando acontecem as reduções graduais dos incentivos governamentais. O comprometimento da renda da população neste momento também pode influenciar diretamente nestes números", avaliou Braga.

Acil
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Flávio Balan, o índice de confiança do consumidor do final do ano mostra que a facilidade de compra aliado aos benefícios oferecidos pelo governo realmente surtiram efeito. "Também temos que tratar do aumento do ganho do trabalhador, que acabou gastando seu salário de forma mais consciente."
Para os próximos meses, a expectativa é de leve retração do consumo, o que Balan considera natural em todo início de ano. Em relação às medidas tomadas pelo governo para acelerar a economia, o presidente da Acil salientou que a política tributária deve ser mais perene, até para diminuir a ansiedade do mercado. "Rever esta política de forma efetiva pode ajudar a termos os benefícios sempre e não apenas nos prazos estipulados pelo governo", complementou.

Imagem ilustrativa da imagem Índice de Confiança do Comércio fecha em alta em 2012