O trigo foi uma das culturas mais prejudicadas pela geada no Oeste do Paraná
O trigo foi uma das culturas mais prejudicadas pela geada no Oeste do Paraná | Foto: Roberto Custódio



Rio - O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de julho estima uma safra recorde de 242,1 milhões de toneladas em 2017, um avanço de 31,1% em relação à produção de 2016, que totalizou 184,7 milhões de toneladas, informou nesta quinta-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa supera em 0,7% a prevista em junho, com 1,8 milhão de toneladas a mais de grãos.

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Os produtores brasileiros semearam 61,1 milhões de hectares na safra agrícola de 2017, 7,1% mais que em 2016, cuja área somou 57,1 milhões de hectares. Em comparação à estimativa de junho, a área cresceu 0,1%, o equivalente a 74,5 mil hectares a mais.

A produção nacional de soja será 19,7% maior este ano do que a obtida em 2016, segundo o IBGE. A área colhida aumentou 2,3%. O milho deve ter um salto de 56,1% na produção em 2017, com aumento de 18,4% na área. Já o arroz terá crescimento de 16,3% na produção, e elevação de 4,0% na área a ser colhida.

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos agrícolas do País, responsáveis por 93,6% da estimativa da produção brasileira em 2017 e 87,9% da área a ser colhida. A produção nacional de milho e de soja será maior do que o esperado em junho. A safra de soja será 0,2% superior ao previsto anteriormente, enquanto que a estimativa para o milho subiu 1,7%. A produção de milho de primeira safra aumentou 1,0%, e a segunda safra cresceu 2,1% em relação à previsão anterior.

Os demais avanços registrados na passagem de junho para julho foram na laranja (16,0%), feijão 3ª safra (5,3%), algodão herbáceo (2,0%), café canephora (1,6%), feijão 1ª safra (1,6%), café arábica (1,5%), arroz (1,2%) e cana-de-açúcar (1,2%). Na direção oposta, houve redução nas estimativas para o feijão 2ª safra (-0,9%) e o trigo (-6,5%).

PARANÁ
No Paraná, o Deral (Departamento de Economia Rural) estimava uma safra de 42,5 milhões de toneladas de grão. Mas, de acordo com o diretor do órgão, Francisco Simioni, o número não deve se consolidar. "Não reflete a realidade" após os problemas de geada e também seca prolongada, que atingem o Estado. No caso da geada, a região que foi bem atingida foi a Oeste, que acabou pegando o trigo na lavoura num momento importante do desenvolvimento. "O período era de floração e enchimento de grãos, portanto, deveremos ter perdas neste sentido".

A seca prolongada também está judiando da cultura em diferentes regiões, no próprio Oeste, Sudoeste e Norte. "Em alguns locais, a colheita vai iniciar daqui apenas 40 dias e essa seca vai impactar ainda mais. A convicção das três milhões de toneladas para a cultura já ficou para trás e devemos ficar abaixo das 2,8 milhões de toneladas", projeta Simioni.

No número global, o diretor do Deral acredita que o Paraná não deve atingir a marca de 42 milhões de toneladas. Lembrando que a safra 2015/16 fechou em 35,1 milhões de toneladas, ou seja, mesmo com quebra em cima dos primeiros valores projetados, haverá um aumento significativo. "Nossa safra deve fechar entre 40 e 41 milhões de toneladas".