Se 76% dos comerciantes, 62% dos comerciários e 71% da população em geral tem interesse na abertura de lojas em dias úteis à noite ou nas tardes de sábado, conforme pesquisa divulgada ontem pelo Multicultural Instituto de Pesquisa e encomendada pela FOLHA e pela Rádio Paiquerê AM, ainda há temor em relação aos possíveis prejuízos entre lojistas e funcionários. O levantamento repercutiu no setor e houve preocupações com falta de segurança, custos, falta de clientes e cansaço de funcionários.
O gerente Bruno Machado afirma que a Bolivar Calçados optou por abrir em horários estendidos somente nos dois primeiros sábados do mês. "Todo mundo diz que quer as lojas abertas por mais tempo, mas depois não aparecem. Não vale pelos custos com vale alimentação, hora extra e energia elétrica", diz.
Para a gerente Solange Picoloto Ramos, da Billie, houve risco em outras oportunidades. "Abrimos no Dia dos Namorados e muitas lojas em volta, não. A prefeitura não colocou um segurança por aqui. Os lojistas têm de falar a mesma língua e o prefeito, olhar pelo Centro."
Entre vendedoras, o temor é o cansaço. "Vai dar na mesma. Trabalho por comissão e se estender em um dia, terei de folgar no outro. E é menos tempo para ficar com a família ou para estudar", diz Cirlene Henrique. "Ninguém vai querer se revezar para não perder venda e isso vai gerar cansaço", completa Marcia Regina Soares.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Valter Orsi, porém, elogia o resultado. Ele considera esse temor apenas como medo do desconhecido, que seria uma realidade para outros grandes centros. "Londrina não será pioneira nesse caso. Na verdade, talvez será uma das últimas." (F.G.)