Brasília - O governo não tem "plano B" caso as receitas esperadas com concessões este ano sejam frustradas, admitiu a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi nesta quarta-feira, 26. "É fazer (o leilão) acontecer", disse. Para este ano, a equipe econômica conta com R$ 25,7 bilhões em concessões, sendo R$ 11 bilhões apenas com o leilão de usinas hidrelétricas que são alvo de disputa judicial. A secretária afirmou ainda que não há estudos para nova rodada de impostos.

"Não temos indícios de que leilões não possam ocorrer, vamos aguardar o Supremo Tribunal Federal", afirmou. "Vamos viabilizar o leilão da Cemig."

O Tribunal de Contas da União (TCU) já alertou o governo sobre a possibilidade de descumprimento da meta fiscal deste ano, de déficit de R$ 139 bilhões, mas Ana Paula disse que as receitas são factíveis. A secretária também negou que o Tesouro esteja discutindo alteração no objetivo de resultado primário de 2017.

No primeiro semestre, o deficit da Previdência somou R$ 83 bilhões, enquanto o Tesouro apresentou superávit primário de R$ 27 bilhões. Ana Paula ressaltou que o deficit maior registrado em junho, de R$ 19,798 bilhões, e no primeiro semestre, de R$ 56,092 bilhões, é "quase totalmente" explicado pela antecipação de pagamento de precatórios, que geralmente ocorria no fim do ano.

Reajustes
Ana Paula Vescovi disse também que o governo pode avaliar a postergação de reajustes de servidores já concedidos e previstos para 2018. Segundo ela, a medida estaria em linha com a revisão de despesas obrigatórias. A secretária ressaltou, porém, que ainda não há nenhuma decisão tomada.