As franquias de turismo superaram no primeiro trimestre deste ano o desempenho registrado no mesmo período de 2016. O setor registrou crescimento de 31%, de acordo com pesquisa da ABF (Associação Brasileira de Franchising). O segmento de hotelaria e turismo teve um faturamento de R$ 2,586 bilhões. No acumulado de 12 meses, fechou em R$ 10,863 bilhões, com um crescimento de 16%.

O desempenho surpreendeu o segmento, que no ano passado havia registrado queda de 15% nas receitas nos três meses do ano. "Esperávamos um crescimento, mas não neste percentual, acima de 30%. Mas como o momento não estava favorável para novos investimentos, buscou-se fortalecer as redes, melhorar as margens, capacitar os franqueados, apostar em novos nichos de mercado", afirma Fabiana Estrela, diretora da ABF da Regional Sul.

A capacidade das franquias de se reinventarem com a crise econômica impacta neste resultado positivo. "Apesar da crise, o brasileiro aprendeu a viajar. Ele percebeu que com as agências de turismo consegue valores mais acessíveis. Existe, por exemplo, uma rede no Rio de Janeiro que oferece compra programada de pacotes para classes sociais mais baixas. Eles têm feito boas negociações com as companhias aéreas", comenta Estrela.

A chegada de sites de hospedagem, como o Airbnb, de passagens áreas, também obrigou uma mudança de comportamento das redes de turismo. "A geração 24 por 7 (conectados 24 horas por dia, sete vezes por semana) quer resolver tudo no celular, e as redes tiveram que se adaptar. Elas entenderam que não podem oferecer só o carro preto", exemplifica.

Uma das principais franquias de turismo, a CVC não fala em faturamento, mas no primeiro semestre a operadora abriu nove novas lojas. O plano de expansão vigente para o triênio 2016-2018 prevê a abertura de 300 novas lojas, sendo 100 aberturas por ano. A rede teve um crescimento de 15,9% em reservas confirmadas (vendas), em relação ao primeiro trimestre de 2016.

Na avaliação da empresa, mesmo com a crise "os brasileiros não deixam de viajar, afinal férias é sempre uma oportunidade única, de descanso e que o trabalhador a encara como merecimento". Diferente do ano passado, quando a decisão de viagem ficou para a última hora, a rede percebe a volta do planejamento do passeio com antecedência.