O Paraná foi responsável por 8,3% das exportações brasileiras no ano passado, sendo o quinto Estado que mais vendeu produtos para o exterior
O Paraná foi responsável por 8,3% das exportações brasileiras no ano passado, sendo o quinto Estado que mais vendeu produtos para o exterior | Foto: Sergio Ranalli /02-08-2017



Os produtos manufaturados representaram 41,3% das exportações do Paraná em 2018, contra 47,5% dos básicos e 10,8% dos semimanufaturados. O ano de 2010 tinha sido o último em que a participação das mercadorias industrializadas havia ultrapassado a marca dos 40%. Em 2017, elas corresponderam a 38%. Em 2016, foram 39%, e, em 2015, 36,4%. Já no período pré-crise, o Estado chegou a exportar mais manufaturados que produtos básicos. Foi assim em 2010 (43% contra 42,3%) e em 2008 (49,4% contra 38%).

A venda para a Holanda de uma plataforma de petróleo fabricada pela empresa Techint em Pontal do Paraná (litoral), fez a diferença em 2018, com um impacto de US$ 1,64 bilhão de dólares num total de US$ 20,04 bilhões exportados pelo Paraná. Sem a plataforma, a participação dos produtos industrializados ficaria em 36,03%

O economista da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) Evânio Felippe ressalta que as vendas da indústria do Estado para o exterior cresceram 1,7%, mesmo sem considerar o feito da Techint. "Não é toda hora que se vende uma plataforma, mas mesmo assim o resultado é positivo para a indústria", considera.

Entre os manufaturados, também chama atenção a exportação de madeira compensada, que cresceu 22,6% e a de óleos combustíveis, que aumentou 5.838%. Na outra ponta, houve queda de 40,8% na venda dos automóveis de passageiros e de 24,8%, na de tratores. Já, nos semimanufaturados, o destaque é para a celulose, cuja exportação cresceu 29,5%, e para o açúcar, que teve queda de 36,5%. Entre os básicos, houve aumento de 25,9% nos embarques da soja e queda de 65,22% no de milho em grãos.

O presidente do Sinpacel (Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná), Rui Brandt, explica que o crescimento da venda de celulose, que atingiu US$ 716 milhões, se deve ao inicio da produção na fábrica Puma, instalada pela Klabin, em Ortigueira (Centro Oriental). "Não havia uma unidade voltada à produção de celulose para o mercado até então. Tudo que (a Klabin) produzia antes era utilizado na fabricação de papel", conta. Parte dessa produção vai para o exterior, basicamente para China, Estados Unidos e Europa.

Já o aumento da exportação de soja paranaense, que atingiu US$ 5,21 bilhões no ano passado, se deve à melhora do preço internacional e ao câmbio, segundo o chefe do Deral (Departamento de Economia Rural), Marcelo Garrido. "Tivemos uma boa safra, o preço estava bom e o dólar se encontrava num patamar atrativo para o comprador de fora", justifica. Além disso, segundo ele, a guerra comercial entre China e Estados Unidos também colaborou. "A China deslocou mais suas compras para a América do Sul", alega. A safra de soja 2017/18 do Paraná foi 3% menor que a anterior. De acordo com Garrido, historicamente o Estado exporta metade da soja que produz.

A redução nas vendas de milho está relacionada à quebra de quase 30% da última safra. "Tradicionalmente o Paraná é consumidor do milho que produz e só exporta quando tem excedente", explica. E o ano 2017, de acordo com o chefe do Deral, havia sido atípico, com aumento de 62% nas exportações do grão.

SUPERAVIT

Em 2018, a balança comercial paranaense teve superavit de US$ 7,670 bilhões - resultado de R$ 20,040 de exportações e US$ 12,370 de importações. Em relação ao ano anterior, as exportações cresceram 10,8% e as importações, 7,4%.

O Paraná foi responsável por 8,3% das exportações brasileiras no ano passado, sendo o quinto Estado que mais vendeu produtos para o exterior. Já as importações paranaenses representaram 6,8% do total brasileiro, quarto maior resultado nacional.