Mesmo com um público menor do que o esperado e a retração no faturamento dos leilões, a 52 ExpoLondrina - realizada no início de abril no Parque de Exposições Ney Braga - fechou com crescimento de 5,4% em comparação ao ano passado, atingindo uma movimentação financeira total de R$ 355,34 milhões durante os 11 dias do evento. Em 2011, o faturamento atingiu R$ 337,13 milhões. Os números foram divulgados na tarde de ontem pela Sociedade Rural do Paraná (SRP).
De acordo com o superintendente da Rural, José Carlos Bruno de Oliveira, o crescimento foi considerado ''satisfatório'' pela diretoria. A comemoração é justa, já que houve uma queda no público geral em torno de 6%, chegando a 471,5 mil pessoas. O número esperado era de pelo menos 500 mil visitantes. Em relação aos produtores que participaram das visitas técnicas no parque, também houve um decréscimo de 21% dos participantes, caindo de 12,2 mil para 10,1 mil pessoas. ''As chuvas em pelo menos seis dias do evento realmente atrapalharam. O público que viria ao parque no final da tarde acabou desistindo e se acomodando em casa, por isso tivemos esta pequena redução'', comentou Oliveira.
Em relações aos leilões, durante a feira já foi possível notar que as comercializações de animais estavam mais ''mornas'' do que em anos anteriores. O balanço apontou uma queda de 41,3% nas comercializações de animais, caindo de R$ 20,5 milhões em 2011 para R$ 12 milhões este ano. A justificativa, de acordo com a superintendência da SRP, é a retração natural do mercado de pecuária de elite e também as dificuldades enfrentadas pelos pecuaristas em relação as pastagens para o gado de corte, devido à estiagem que assolou diversas regiões do País. ''Na 51 edição, já tivemos vários leilões de liquidação, o que prova que o mercado estava desaquecido'', avaliou o superintendente.
A justificativa para o crescimento, portanto, ficou com a expansão de faturamento dos setores automotivos e de máquinas agrícolas, que acabaram compensando a queda nos outras segmentos. ''A oferta de crédito foi adequada, sendo que os comerciantes de forma geral ficaram muito satisfeitos com a ExpoLondrina. Inclusive tivemos um crescimento das marcas que participaram da feira'', comentou o representante da Rural.
O número de empregos gerados também tiveram aumento significativo na exposição deste ano. Salto de 55%: de 4.950 vagas ocupadas para 7.696.
Vale lembrar que há quatro anos a SRP trabalha com uma metodologia mais criteriosa em relação aos números do evento, evitando assim, desvios muito grandes em relação aos resultados finais. ''Isso faz parte de um novo projeto de gestão da Rural, informando os investidores do evento números exatos através de mapas auditados de todos os setores'', completou Oliveira.
Veto
O veto do governador Beto Richa (PSDB) ao projeto de lei que definiria a ExpoLondrina como a feira agropecuária oficial do Paraná foi recebido pela diretoria da Sociedade Rural do Paraná (SRP) com, digamos, entendimento. ''Seria um presente para o setor produtivo parananense. Mas o governador teve seus motivos, entendemos a pressão que ele sofreu e a situação que teve que lidar devido a este assunto'', comentou o superintendente da Rural, Oliveira.
Durante a abertura da ExpoLondrina deste ano, Richa confirmou que sancionaria o projeto, mas teve que voltar atrás depois que os representantes das outras feiras do Estado - principalmente a Expoingá - alegaram que isso diminuiria os demais eventos. Oliveira negou qualquer tipo de mal estar com a Sociedade Rural de Maringá. ''Não estamos aqui para fazer intrigas. Sabemos de fato a nossa importância para o Estado'', concluiu o representante da SRP.

Imagem ilustrativa da imagem ExpoLondrina supera as dificuldades e cresce 5,4%