Ribeirão Preto (SP) - O secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, relatou nesta noite de segunda-feira, 17, em sua conta no Twitter, o encontro com o ministro da Agricultura Blairo Maggi, no qual trataram da reabertura daquele mercado para a carne bovina in natura brasileira. Em apenas uma postagem, Perdue não perdeu a oportunidade de cobrar progresso na questão sanitária do País. "Encontrando com minha contraparte brasileira, (o ministro) Blairo Maggi, sobre os problemas com as exportações de carne bovina deles. O diálogo aberto é bom, mas precisamos ver o progresso", relatou o secretário. Uma foto do encontro dos dois em Washington (EUA) acompanha a postagem. Mais cedo, Maggi havia afirmado esperar que a retomada das importações da carne brasileira aos Estados Unidos, suspensas desde 22 de junho, possa ocorrer entre 30 e 60 dias.

"Temos de aguardar posições técnicas; eles ainda estão fazendo análises das informações que passamos", afirmou Maggi, em entrevista a jornalistas após a reunião com Perdue, cujo áudio foi disponibilizado pela assessoria do ministro.

No fim de junho, o governo americano decidiu suspender a importação da carne in natura devido a preocupações sobre a qualidade do produto.

"É duro dar um prazo, mas eu penso que [as exportações voltarão] o mais rápido possível. No horizonte de 30, 60 dias, acho que é possível", disse Maggi ao ser questionado sobre um cronograma para o retorno das importações americanas. Segundo o ministro, ficou um compromisso político de que "o mais rápido possível, assim que as coisas estiverem esclarecidas, o retorno será possível." "Não há qualquer objeção política do secretário ou por parte do governo americano em continuar com esse mercado aberto para o Brasil", disse.

OSSO DURO DE ROER
Maggi afirmou ter sentido que a grande preocupação dos americanos é o fato de terem sido encontrados pedaços de osso em algumas peças de carne. "Isso é preocupante porque nenhum país que é livre de febre aftosa com vacinação [como é o caso do Brasil] pode exportar peças com osso", afirmou o ministro.

Ele disse não saber "que tipo de falha ocorreu", já que os frigoríficos no Brasil têm equipamentos para detectar a presença de osso ou outros objetos estranhos na carne. "Cada caixa de mercadoria que é exportada passa por um scanner e, se tiver qualquer tipo lá de material estranho, ele deve ser detectado."

A suspensão da carne brasileira representou um baque para o Brasil, já que, após mais de uma década de negociações, as vendas da carne "in natura" brasileira tinham sido liberadas pelos EUA em meados de 2016. O mercado ainda estava se consolidando. Os EUA foram o oitavo maior cliente da carne brasileira de janeiro a maio, com 2,8% das compras em volume.