O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, diz sentir-se traído pelo governo do Estado. Em 2014, quando o governador Beto Richa (PSDB) aprovou um aumento generalizado do ICMS, segundo Campagnolo, houve um compromisso de que não seriam enviados ao Legislativo novos projetos deste tipo em regime urgência. "A promessa era de que, com aquele tarifaço, o governo arrumaria o caixa e voltaria a investir."
Para ele, o novo projeto de lei, também enviado em regime de urgência, é uma forma de o Estado aumentar novamente a carga tributária. "Estamos nos sentindo traídos", declara. De acordo com o presidente da Fiep, as entidades empresarias vão se manter mobilizadas com os sindicatos de trabalhadores para evitar a aprovação do texto atual. A expectativa é que os deputados estaduais convoquem um audiência pública para discutir o assunto na próxima terça-feira e que o coloquem em discussão no mesmo dia.
Segundo Campagnolo, em mensagem enviada pelo governo com a proposta, o texto é claro quanto ao impacto que ele terá sobre a construção civil, aumentando os custos do setor. "Se nós não tivéssemos nos mobilizados, o governo não estaria voltando atrás." Ele ressalta que as entidades não receberam nenhum documento por escrito com compromisso de mudanças no texto.
Apesar de ser favorável a privatizações, o presidente da Fiep não concorda com a forma com que o governo tratou da questão no projeto. "É um cheque em branco para o governo vender os ativos da maneira que quiser e utilizar os recursos como bem entender", critica. (N.B.)