Marco Antonio Cunha, do ISAE/FGV: empreendedorismo por necessidade eleva mortalidade dos pequenos negócios
Marco Antonio Cunha, do ISAE/FGV: empreendedorismo por necessidade eleva mortalidade dos pequenos negócios | Foto: Saulo Ohara



Os sinais de recuperação econômica começam a aparecer e os pequenos e médios empresários precisam de ações simples, como profissionalizar a gestão e renegociar dívidas para fazer parte da retomada. A conclusão é dos debatedores da 10ª edição do EncontrosFolha, com o tema "Saúde Financeira – Os Reflexos da Atual Conjuntura Econômica para os Pequenos e Médios Empresários Brasileiros". O evento foi nesta quarta-feira, 25, no Möress Buffet, em Londrina.
O superintendente do Grupo FOLHA, José Nicolás Mejía, abriu o evento e lembrou que os micro e pequenos empresários são os maiores empregadores do País, com 54% das vagas formais e 43,6% da massa salarial. Porém, são também um dos que mais sofrem com a crise econômica atual, que descapitaliza o caixa e dificulta o acesso ao crédito. "A conjuntura econômica e política abalou de forma geral o mercado e os pequenos negócios sofreram impacto severo, principalmente porque quase 40% estão no comércio, uma das áreas mais afetadas."
Para Mejía, é importante não apenas promover debates como o desta quarta-feira não apenas para discutir a origem e os reflexos da recessão. "Nossa proposta é debater a retomada. As empresas precisam estar preparadas para o desafio de voltar a crescer", completou.
Dentro dessa proposta, o professor em Gestão Empresarial e Gestão Financeira do ISAE/FGV Marco Antonio Nascimento Cunha, o diretor de Operações do Sebrae/PR, Júlio Cezar Agostini, e o gerente Regional Norte de Desenvolvimento do Sicredi, David Vacari Conchon, deram um panorama sobre o futuro da economia regional e nacional. Mais ainda apontaram as ferramentas disponíveis para os micro e pequenos retomarem com força o caminho do crescimento.
Cunha afirmou que períodos de crise levam ao aumento do empreendedorismo por necessidade. "Esse é um dos fatores principais para a mortalidade das empresas, porque muitas vezes o empreendedor prefere correr o risco e não está apto para isso, não se preparou, porque perdeu o emprego e precisou abrir uma empresa", disse.
A cobertura completa do encontro será publicada na edição deste final de semana.

O EVENTO
O EncontrosFolha chegou à 10ª edição em pouco menos de três anos desde o primeiro debate, que foi sobre os rumos da economia. Desde então foram discutidos temas como mão de obra, tecnologia da informação e comunicação, agronegócio, sustentabilidade empresarial, indústria, comércio e serviços, ética e transparência nas empresas, clima e economia e logística.
O superintendente do Grupo FOLHA lembrou que a edição de setembro de 2014, sobre logística, apontou os projetos do diretor presidente da (APPA) Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino, para os gargalos estruturais, como a necessidade de dragagem de canais e novos shiploaders. "Três anos depois, a FOLHA voltou ao Porto de Paranaguá, que foi tema da segunda edição do 'Caderno Transmídia', publicado em 14 de outubro, no qual atestamos a transformação pela qual o local passou nos últimos anos", disse. "O Grupo FOLHA se preocupa em acompanhar, por meio de reportagens, as ações realizadas pelo Poder Público e pela iniciativa privada, para resolver as questões debatidas no EncontrosFolha que são fundamentais para o desenvolvimento da nossa cidade, nossa região e nosso Estado", completou Mejía.
O evento é patrocinado pelo ISAE/FGV, Sicredi e a construtora Vectra.