A adesão à greve no Paraná chega aos 70%, conforme o Sintcom-PR, e atinge todos os setores – operacional, agências e distribuição
A adesão à greve no Paraná chega aos 70%, conforme o Sintcom-PR, e atinge todos os setores – operacional, agências e distribuição | Foto: Gustavo Carneiro



O Sintcom-PR (Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná) informou que aguarda nesta terça-feira (26) a apresentação de proposta pelos Correios à Federação que representa o Sindicato, a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), após determinação do TST (Tribunal Superior do Trabalho). O Correios, no entanto, afirmou por meio da assessoria de imprensa que até o início da noite desta segunda-feira (25) desconhecia "qualquer determinação dessa natureza."

Caso a proposta seja de fato apresentada, o Sintcom-PR deve realizar nesta tarde uma assembleia de avaliação para apreciar a oferta dos Correios. A Assembleia para votação será realizada apenas no final da manhã de quarta-feira (27).

Na última sexta-feira (22), o Correios apresentou proposta de reajuste de salário de 3% a partir de janeiro do próximo ano à Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios), formada pelos servidores dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Maranhão. A Fentect, no entanto, alegou que ainda não havia recebido nenhuma proposta dos Correios.

Funcionários dos Correios da Findect já marcaram para esta terça-feira assembleias para decidir se aceitam ou não a proposta dos Correios. Em nota, a Fentect se posicionou: "além da falta de comunicação formal por parte dos gestores da estatal (Correios), vale destacar que a proposta genérica à outra federação (Findect), viralizada (nas redes sociais), não possui minuta e valor legal. Ainda é de causar estranheza à categoria que os Correios apresentem uma proposta à Findect, federação não regularizada oficialmente no Ministério do Trabalho".

De acordo com os Correios, a Fentect decidiu entrar em greve "antes do final das negociações", e lamentaram, por meio de nota, a iniciativa da Federação. "A Fentect iniciou a paralisação nas bases de seus sindicatos filiados antes do fim das negociações. Essa atitude coloca em risco não apenas a qualidade dos serviços prestados pelos Correios aos clientes e à população brasileira, mas também prejudica o esforço de todos os empregados que, ao longo deste ano, trabalharam para reverter a situação financeira da empresa".

Paralisação
A adesão à greve no Estado chega aos 70% e atinge todos os setores – operacional, agências e distribuição, afirmou Ezequiel Dutra, diretor de comunicação do Sintcom-PR. O setor mais afetado é a distribuição, o que afeta as entregas como um todo. "Querendo ou não, tudo passa pela mão do carteiro", observou Dutra.

Em Londrina e Região, de acordo com Cristian Felipe Ratz, um dos diretores do Sindicato, a adesão é de 35%, com a participação principalmente de carteiros e OTPs (Operadores de Transbordo e Triagem). Nesta terça-feira (26), os funcionários do Correios completam uma semana de greve, deflagrada em todo o País. A expectativa é que, após assembleias a serem realizadas em São Paulo e Rio de Janeiro nesta terça-feira, trabalhadores dos dois estados também se mobilizem, fortalecendo a paralisação. "A expectativa é que São Paulo e Rio de Janeiro também saiam em greve e na região a adesão também aumente."

Reivindicações
Os trabalhadores dos Correios tentam negociar um reajuste salarial de 8%, cuja data-base deveria ter sido efetivada no dia 1º de agosto. Além do reajuste, exigem a manutenção dos benefícios conquistados no último acordo coletivo. Eles também são contra o fechamento dos bancos postais, a cobrança de mensalidade no plano de saúde, o fechamento de agências, ameaças de demissão, corte em investimentos, suspensão de férias, entre outras questões.