No final da década de 1980, muito antes de se falar em internet no Brasil, um grupo de pesquisadores ligados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) utilizava uma rede acadêmica de correio eletrônico para trocar informações sobre assuntos científicos. As redes eram formadas por máquinas dos mesmos fabricantes. Num determinado momento, por necessidade de unificá-las, os usuários passaram a utilizar um software para reunir as redes.
Para identificar cada máquina do grupo, optou-se por utilizar o domínio ".br". Nascia assim, há 25 anos, a marca que identifica os domínios brasileiros na rede mundial de computadores.
Quem conta a história é Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR) e conselheiro do CGI.br (Conselho Gestor da Internet). Conhecido como "pai da Internet" no Brasil, ele declina do título e reforça que toda a equipe da época merece o mérito. "Eu apenas centralizava a parte administrativa dos primeiros registros", conta. No início da década de 90, quando a web começou a se consolidar, os domínios passaram a ser organizados no modelo conhecido até hoje, hierarquizados pelo "ponto" e com os complementos ".com.br", ".gov.br" e ".org.br", entre outros. "Como as universidades foram pioneiras no uso das redes, ficaram apenas com o ‘.br’", acrescenta.
Com o início da fase comercial da Internet, no começo de 1996, o ".br" já registrava 851 domínios e terminou o ano com 7.507 registros. Em abril de 2014, eram mais de 3,4 milhões de registros.
Getschko lembra que, na época das primeiras redes, os usuários não imaginavam que viviam o embrião de algo tão grandioso que interligaria o mundo. "A gente achava que as redes jamais iriam interessar o público não ligado à área acadêmica. Acreditávamos que os ‘leigos’ teriam dificuldades para utilizar, não enxergamos como uma possibilidade viável a todos", conta.

Estima-se que no Brasil haja 80 milhões de pessoas que podem acessar a rede regularmente e 60 milhões que efetivamente o fazem

Até julho deste ano, foram movimentados R$ 16 bilhões em compras pela internet no Brasil, um aumento de 26% com relação ao mesmo período do ano anterior

O Programa Folha Cidadania é o desafio social da Folha de Londrina no combate ao analfabetismo funcional