Diversificar e lançar novos produtos
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segunda-feira, 17 de julho de 2017
Mie Francine Chiba<br>Reportagem Local
São Paulo Apesar da queda na linha branca (lavadoras, refrigeradores e fogões), o setor de eletroeletrônicos teve crescimento de 18,5% no primeiro semestre de 2017. Nesse período, foram vendidas 38,3 milhões de unidades de produtos do setor, contra 32,3% no mesmo período do ano passado. O crescimento foi puxado pela linha marrom e pelos eletroportáteis.
Houve queda de 3% nas vendas da linha branca nessa primeira metade de 2017, porém crescimento de 30,3% na comercialização de televisores e 23% em eletroportáteis. "Todas as mudanças que aconteceram com a TV, a TV digital, propiciaram um crescimento nesse momento", justifica Lourival Kiçula, presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), em coletiva na Eletrolar Show 2017, feira do setor para a América Latina que está sendo realizada em São Paulo.
Na visão de Carlos Clur, presidente do Grupo Eletrolar (oganizadora da Eletrolar Show), o Netflix também contribuiu para o aumento nas vendas de TVs. "O boom do Netflix foi importante para a venda de TV", diz. Já no segmento de eletroportáteis, Kiçula credita a consistência nas vendas aos lançamentos frequentes. "Portáteis continua bem, crescendo bem. (O segmento de) Small appliances se reinventa o tempo todo e cria coisas que cada um de nós quer conhecer. Então tem muitos produtos da linha de portáteis que favorecem tremendamente a dona de casa."
Na linha branca, Kiçula diz acreditar em uma inversão dos resultados até o final do ano, com crescimento de até 5%. "Em 2016 tivemos algumas dificuldades econômicas. Para o nosso setor o que mais preocupou foi o receio do consumidor, que reduziu drasticamente o investimento em bens duráveis, principalmente os de maior valor. Tivemos uma adaptação da indústria. Tivemos um 2017 melhor, mostrando alguns crescimentos. Acomodamos nossas operações fabris em uma nova realidade, e toda a demanda e o estoque do varejo. Estamos melhores, pouca coisa, mas de fato melhores e satisfeitos com as mudanças na política monetária e esperançosos de que as contas públicas ainda caibam no orçamento", conclui o presidente da Eletros.
Eletroportáteis
A grande quantidade de lançamentos de eletroportáteis na feira mostra a estratégia das empresas do segmento que, afirmam, sempre estão no território positivo. Uma empresa de produtos de cuidados pessoais, por exemplo, entrou em mais três categorias de mercado saúde, cuidados com a pele e uma linha de produtos diferentes que inclui um aparelho que faz tranças de duas mechas nos cabelos -, com lançamentos que vão chegar ao mercado a partir de setembro.
A entrada em novas categorias de mercado está dentro da estratégia de crescimento da empresa, que espera fechar 2017 com incremento de 35% a 40%. O setor de cuidados pessoais, segundo Felipe Leonard, presidente da Ga.ma Italy no Brasil, enfrentou retração nos anos de 2015 e 2016. "Época de crise tem que vencer com inovação e com trabalho mais científico na área de vendas."
Tradicionalmente do setor de eletroeletrônicos, outra empresa aposta agora em notebooks e PCs e também em eletroportáteis, com a venda de cafeteiras, panelas de arroz, grills, mixers, secadores e cortadores de cabelos, aspiradores de pó e ferros de passar roupa ao lado de tablets, smartphones e produtos de informática.
Com a entrada em um novo segmento e os lançamentos de produtos, a companhia espera crescimento de 30% neste ano. "(O segmento de eletroportáteis) Tem um mercado de troca muito estabelecido. Hoje em dia o consumidor brasileiro cada vez mais está apostando em novos produtos, ao invés de mandar arrumar, compra, porque é um produto de baixo valor. Então é um mercado de troca muio rápido, muito ágil. E também no Brasil temos mais de 3 milhões de casamentos por ano. Cada vez que se tem um casamento, tem uma casa nova para equipar", comenta Crisley Brizzi, diretora de Marketing da Multilaser.
* A repórter viajou a convite da Eletros