Imagem ilustrativa da imagem Diretores da Sanepar vão aos EUA para vender ações da companhia
| Foto: Gustavo Carneiro/14-03-2016
Expectativa da Sanepar é que comercialização de papeis preferenciais movimente até R$ 1,72 bilhão


Curitiba - O presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Mounir Chaowiche, e outros três diretores da empresa viajaram aos Estados Unidos nesta semana para iniciar um ‘roadshow’, apresentando a potenciais investidores e analistas informações sobre sua oferta pública de ações.

Em aviso ao mercado emitido em 2 de dezembro, a Sanepar informou a intenção de comercializar 155 milhões de papeis preferenciais (sem direito a voto). O preço estimado varia de R$ 9,23 a R$ 11,25, podendo aumentar, a depender da procura e da volatilidade. A expectativa é de que a operação movimente entre R$ 1,42 bilhão e R$ 1,72 bilhão.

Além de Chaowiche, fazem parte da comitiva os diretores de relação com investidores, Ney Amilton Caldas Ferreira, financeiro, Gustavo Fernandes Guimarães, e jurídico, Julio Jacob Junior. Procurada pela FOLHA, a Sanepar não informou o itinerário completo do grupo, nem deu detalhes sobre a negociação, uma vez que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estipula um "período de silêncio", que se encerraria na quinta-feira (15).

A empresa enviou apenas uma nota, dizendo que os executivos irão "prestar os esclarecimentos necessários aos pretensos investidores". O objetivo seria "ampliar o controle do Estado" sobre a Sanepar, bem como possibilitar a captação de recursos para o governo do Paraná, para a própria empresa e para a Copel (Companhia Paranaense de Energia), que é uma de suas acionistas, ao lado da Dominó Holding.

"Por esta razão, os diretores mencionados estarão presentes em reuniões pré-agendadas nacional e internacionalmente para melhor apresentar a Sanepar e sua qualidade até o término da oferta, prevista para o próximo dia 19 de dezembro", completa a nota. Os recursos obtidos devem, necessariamente, incrementar "investimentos em infraestrutura".

A operação não requer o aval da Assembleia Legislativa (AL). Em setembro deste ano, ao aprovar o novo pacote de ajuste fiscal, a gestão Beto Richa (PSDB) já garantiu autorização para vender os ativos das estatais sem novas consultas aos deputados. No caso da Sanepar, a condição é manter 60% das ações ordinárias (com direito a voto) – hoje, o Estado possui 74,97%. A FOLHA ligou para o presidente da Sanepar, mas não conseguiu contato.