São Paulo - O economista carioca Nelson Henrique Barbosa Filho, 46 anos, que deixa o Ministério do Planejamento para assumir a Fazenda, é conhecido por suas posições desenvolvimentistas e considerado um dos responsáveis pelas mudanças na política econômica a partir do fim de 2008, ano em que assumiu a secretaria de Política Econômica do governo. Com perfis diferentes, Joaquim Levy e Barbosa travaram diversos embates sobre a condução da política econômica do governo nos últimos meses.
Na maioria das vezes, Levy saiu derrotado. Um dos casos mais recentes de divergência foi a meta fiscal de 2016. Barbosa considerava que não era possível aumentar os cortes de gastos e pressionava para uma redução da meta, que previa, inicialmente, um superavit primário de 0,7% do PIB. Levy era contra a alteração que, segundo ele, levaria a um rebaixamento do grau de investimento do país por agências de risco e a um agravamento da crise econômica. Na disputa, Dilma concordou com Barbosa e enviou para o Congresso proposta de superavit de 0,5% do PIB, que foi aprovada. Barbosa já havia sido cotado para a Fazenda, quando Joaquim Levy assumiu. O seu nome estava na lista entregue por Lula a Dilma Rousseff com sugestões para substituir Guido Mantega. Outros indicados eram o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e o ex-presidente do BC Henrique Meirelles.
Apesar das suas posições desenvolvimentistas e de apoio da expansão fiscal - com juros mais baixos e controle do câmbio -, Barbosa fez críticas, em 2014, ao que considerava gastos excessivos do governo. (Folhapress)