Brasília – O resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 5,085 bilhões em janeiro deste ano, após o deficit de US$ 5,881 bilhões em dezembro, conforme divulgação realizada nesta sexta-feira, 17, pelo Banco Central. O dado é o maior para o mês desde janeiro de 2015, quando somou US$ 12,165 bilhões negativos. O BC projetava para janeiro deficit em conta de US$ 6 bilhões.

O resultado do mês passado ficou próximo da mediana negativa de US$ 5,350 bilhões apontada pelo levantamento realizado pelo Projeções Broadcast com 21 instituições, que eram todas de deficit, de US$ 4,3 bilhões a US$ 6,5 bilhões. A estimativa do BC é de que o rombo externo de 2017 seja de US$ 28 bilhões.

A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 2,504 bilhões em janeiro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,419 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 5,344 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no vermelho em US$ 4,657 bilhões.

Nos últimos 12 meses até janeiro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 23,801 bilhões, o que representa 1,30% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual é equivalente ao de dezembro de 2016.

Remessa
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 870 milhões em janeiro, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume maior do que os US$ 314 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

A expectativa do BC é que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 23,5 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 4,500 bilhões em janeiro ante US$ 4,028 bilhões em igual mês do ano passado. Para 2017, o BC projeta pagamento de juros externo no valor de US$ 20,9 bilhões.

Viagens internacionais
De acordo com o BC, a conta de viagens internacionais voltou a registrar deficit em janeiro e o gasto de brasileiros no exterior saltou 87,8%. No mês passado, quando o dólar recuou cerca de 4% ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil resultou em saldo negativo de US$ 914 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 190 milhões.