Entre os tipos de títulos privados mais comuns, as debêntures são as de maior risco por não ter a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Para investidores que conhecem o mercado e gostam de correr riscos, tratam-se também dos papéis que devem oferecer os melhores rendimentos. "Uma empresa que emite títulos de dívida carrega muito mais riscos de não se receber o investimento do que o governo federal, ainda mais em um cenário de crise e de crédito escasso", diz o professor Guilherme Ribeiro de Macedo, da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Ele afirma que o investidor é, na verdade, um credor da empresa ou instituição financeira e que, em caso de dificuldades financeiras, é improvável conseguir vender os papéis. "Se a empresa não puder pagar, o valor cai e a pessoa só recebe se negociar ou em caso de falência, depois que os trabalhadores receberem primeiro", diz Macedo. "Investir em dívidas da JBS, que hoje tem seu risco, pode ser um ótimo investimento se a pessoa receber o que aplicou, mas tem de aceitar o risco de não receber", completa o professor. (F.G.)