Imagem ilustrativa da imagem De olho no exterior
| Foto: Saulo Ohara
A gerente executiva do TexBrasil, Lilian Kaddissi. ressaltou que até 2020 o setor têxtil e de confecções deve exportar cerca de US$ 850 bilhões



A região Norte do Paraná possui em torno de 700 empresas ligadas à indústria têxtil, confecção e 20 mil colaboradores diretos e indiretos empregados no setor. Entretanto, a produção ainda está direcionada basicamente ao mercado interno, com apenas 1% do que é produzido voltado às exportações.
Em busca de mudar este panorama, representantes e empresários do segmento se reuniram ontem em Londrina para uma palestra com a gerente executiva do Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira (TexBrasil), Lilian Kaddissi. O programa é mantido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), que apoia, há mais de 15 anos, a inserção de empresas no mercado internacional, oferecendo consultorias, capacitações, informações estratégicas de mercado e até ações comerciais e de imagem das marcas.
Em entrevista à FOLHA, Lilian comentou que Londrina e região têm grande potencial para galgar mercados internacionais. Ela ressaltou que até 2020 o setor têxtil e de confecção deve movimentar em transações internacionais aproximadamente US$ 850 bilhões e o País tem que criar estratégias para morder parte deste montante. "O setor têxtil e de confecção direciona grande parte de sua produção para o mercado interno, mas com desaquecimento atual, é preciso focar mais no exterior. Alguns setores já têm tradição em exportações, como o de tecelagens, principalmente do tecido índigo, além da moda praia e produtos bordados e feitos a mão. Muitas vezes o empresário está numa zona de conforto e não busca exportar porque exige muitas adaptações, investimento e persistência."
Ela elencou alguns pilares importantes para atuar no mercado internacional. Primeiramente, a indústria já necessita de uma posição consolidada no Brasil, em segundo, pensar estratégias pontuais de uma entrada adequada em outros países e uma habilidade para negociar e executar a exportação em si. "A empresa não pode se apegar apenas a fatores pontuais, como o câmbio favorável num determinado momento, por exemplo. É preciso um planejamento, estudar bem os mercados, identificar o consumidor e o que ele valoriza, além, claro, de contar a sua história. É preciso posicionar a marca. O nosso projeto tem ferramentas para todo esse processo, desde a capacitação, adequação dos produtos, formação de preços e as vendas em si."
Por fim, Lilian bateu na tecla de que muitas empresas do segmento atualmente se apropriam da imagem do País no exterior, o que traz sucesso. "Eles buscam levar uma moda mais alegre, colorida, descontraída, que está no imaginário dos clientes de fora. Junto a essa leveza e descontração, é preciso passar uma imagem de seriedade e competitividade. Buscar esse diferencial e, principalmente, inovar nos processos", ensina.
O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário do Paraná (Sivepar), Alexandre Graciano de Oliveira, disse que as exportações são ínfimas na região. Ele coloca como meta uma busca por mercados do Mercosul e, também Estados Unidos, que voltaram a comprar produtos estrangeiros do segmento. "Precisamos fomentar a exportação através de uma venda sadia e com valor agregado. Temos a China como um concorrente muito forte, por isso a importância de focar na produtividade e qualidade. As empresas do Norte do Paraná têm capacidade para se adequar e analisar todas as barreiras que serão impostas antes que, de fato, as transações aconteçam."