Comparados com as receitas, os custos dos produtos e serviços da Sercomtel, assim como as despesas operacionais da empresa londrinense, estão bem acima dos da concorrência. É o que mostra um estudo feito pelo Balancos.com a pedido da FOLHA.
Tanto a Sercomtel Fixa como a Celular vêm apresentando prejuízos. Nos últimos dez exercícios, conforme mostrou a FOLHA em reportagem publicada em abril, foram seis resultados negativos em cada uma das empresas. Os custos e despesas da Sercomtel diante da receita explicam o porquê.
No ano passado, os primeiros equivaleram a 67% do faturamento. Em concorrentes como Telefônica, CTBC e Brasil Telecom, esta porcentagem é bem menor (ver quadro). Na Brasil Telecom, os custos para levar o serviço ou produto até o cliente representaram 51% do valor da receita.
As despesas operacionais da Sercomtel Fixa também são muito altas. Em 2012, elas representaram 42% da receita. Na Brasil Telecom, essa porcentagem foi de 32%. Já na Telefônica e na Telemar, equivaleram a 25% da receita.
Na telefonia celular, a Claro foi a única operadora cujos custos de produtos e serviços foram maiores diante da receita que os da Sercomtel: 75% contra 68% na empresa de Londrina. Na Tim e na Vivo, os custos equivalem a muito menos: 49% e 47%, respectivamente. Quanto às despesas operacionais, elas representam um valor bem maior perante a receita na Sercomtel Celular do que em todas as concorrentes. Na Claro, por exemplo, equivalem a 24% da receita enquanto na telefônica municipal, a 45%.
Tanto na Fixa quanto na Celular, o faturamento vem caindo nos últimos anos. Atualizando a receita da primeira pelo IGPM, no Balancos.com, verifica-se que houve uma queda de 35%, de R$ 322 milhões para R$ 209 milhões, entre 2003 e 2011. Já a receita da Celular despencou de R$ 105 milhões para R$ 36 milhões no mesmo período, ou seja, queda de 65%. Somente a Internet By Sercomtel cresceu. Em 2004, faturou R$ 12 milhões e, no ano pasado, R$ 15 milhões - aumento de 17%.