O Paraná tem 227 dos 358 municípios que prestaram contas em 2016 com dificuldades na administração dos recursos públicos, ou 63,4% do total. A situação é ainda mais grave em 43 cidades (12%) em que a gestão fiscal é considerada crítica, de acordo com o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), com base em dados oficiais declarados pelas prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
As prefeituras em todo o País são responsáveis por administrar um quarto da carga tributária brasileira, o que equivale a mais de R$ 461 bilhões, ou o orçamento do setor público da Argentina e do Uruguai somados. Mesmo com gestão difícil ou crítica, a análise dos indicadores mostrou que os municípios paranaenses apresentaram desempenho superior à média nacional em quatro dos cinco indicadores, que são receita própria (0,2901), gastos com pessoal (0,5450), investimentos (0,5588) e liquidez (0,5658). A exceção foi o custo da dívida (0,8032), que ficou 3,3% inferior à média do país, apesar do bom resultado.
Nenhuma cidade do Paraná alcançou o grau de excelência no índice geral, mas o estado é o maior em número de cidades que atingiram nota máxima em investimentos, com 33 cidades que alocaram mais de 20% do orçamento para melhorar a qualidade de vida da população. É o caso de Ortigueira, que permaneceu na primeira colocação no ranking estadual, apesar de cair da liderança nacional conquistada em 2015 para o 23° lugar. Curitiba, embora tenha elevada capacidade de arrecadação própria, não priorizou investimentos e teve o pior resultado entre as cinco cidades mais populosas do estado. (F.G.)