As vendas de automóveis seminovos nas concessionárias brasileiras aumentaram 3,18% no ano passado, na comparação com 2012. As de veículos comerciais leves cresceram 12,42%. O balanço, divulgado ontem pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), mostra que o mercado de usados se portou melhor que o de novos. Segundo a própria Fenabrave, em comunicado divulgado na semana passado, a comercialização de automóveis zero quilômetro recuou 3,05% no ano passado. E a de comerciais leves cresceu só 3,57%.
Em Londrina, as concessionárias não têm do que reclamar do mercado de usados. Apesar de afirmarem que o crédito ficou mais restrito em 2013, elas garantem que foi um ano de crescimento. E acreditam que 2014 será ainda melhor. "O ano passado começou meio parado, mas a partir de maio os negócios deslancharam. Foi um ano muito bom, melhor que 2012", afirma o gerente Comercial da Metronorte, Wassim Tanos El Zouki.
Zouki diz que o nível de aprovação de financiamento pelos bancos caiu de 80% para 60% em 2013 e as entradas voltaram a ser obrigatórias. "Mas isso não prejudicou as vendas. Pelo contrário, elas aumentaram."
Na Marajó, segundo o gerente Comercial de Seminovos, Felipe Meneghetti, o ano também foi "muito positivo". "Tanto é que aumentamos nossa estrutura, contratando mais funcionários para o setor", conta. De acordo com ele, a venda de seminovos é importante porque alavanca a de veículos zero quilômetro e também por ser um bom negócio em si.
Meneghetti estima que 2014 também será um bom ano para o mercado de carros usados, "apesar da Copa do Mundo e das eleições". "Teremos menos dias úteis, mas estamos otimistas, com uma equipe profissionalizada e especializada. Nosso time está pronto para a guerra", declara.
O gerente de Seminovos da Cipasa, Marcelo Araújo, acredita que as vendas cresceram em torno de 3% na loja. Isso porque, segundo ele, o "mercado desacelerou nos últimos dois meses do ano". "Foi um ano bom, conseguimos aprovar muitos negócios, apesar de os bancos estarem mais criteriosos", ressalta. Mesmo com Copa e eleições, este ano também será de crescimento na Cipasa. "Temos boas perspectivas. O mercado vai se manter aquecido", acredita.

Garagens
Nas garagens independentes, há quem comemore e quem reclame de 2013. "O mercado está comprador. Pra mim foi excelente. Vendemos entre 10% e 12% mais", afirma o gerente da Ricci, Júlio César de Oliveira. Segundo ele, é preciso abrir mão de rentabilidade e estender garantia para concorrer com os veículos novos. "Como tenho um estoque grande, consigo fazer isso", afirma.
Ele acredita que 2014 será um ano ainda melhor para as garagens porque o preço dos novos irá subir em virtude do aumento do IPI e da exigência de airbags e freio ABS. "Meu carro mais velho é de 2012. O preço é até 15% menor que o do zero quilômetro. E agora deve ficar até 20% mais barato", explica.
Ao contrário dos demais entrevistados, o sócio-proprietário da GKR, Ari Faiad, diz que 2013 "foi horrível". "Nós tivemos uma queda de 60% nas vendas", garante. Para ele, isso ocorreu devido às facilidades que o governo e o sistema financeiro têm dado para a compra de carros novos. Além disso, na opinião de Faiad, as concessionárias que vendem usados representam uma concorrência desleal para as garagens independentes. "Elas compram seminovos como parte do negócio e têm condições de dar um ano de garantia e oferecer um preço melhor. Somos formiguinhas brigando com elefantes", compara.
O comerciante espera um 2014 mais favorável para sua loja devido ao aumento nos preços dos veículos novos.

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