O intermediário no negócio entre as estatais chinesas e o Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), o advogado Bruno Pedalino, afirma que não está descartada a possibilidade de o Arco Norte ser viabilizado em Porecatu, a 90 km de Londrina. Ele acredita que a maior parte das indústrias ainda se instalaria em Londrina, com o deslocamento de serviços ligados a logística para a cidade da região metropolitana. "Em São Paulo, foi o maior escândalo quando se falou em aeroporto internacional em Guarulhos, mas olha como é hoje", diz.
O prefeito Alexandre Kireeff afirma que qualquer negociação do tipo está nas mãos do presidente da Codel, Bruno Veronesi, que não quis comentar qualquer negociação com a Prefeitura de Porecatu. Ele disse apenas que não descarta um aeroporto regional.
O consultor de negócios Marcelo Mafra, que trabalhou pela implantação do Arco Norte, considera que a migração mudaria totalmente o projeto inicial. "A área de influência seria diferente", diz. Ele acredita que a análise sobre a viabilidade econômica deveria ter sido anterior à ambiental, porque a proposta buscava um projeto sustentável, semelhante a outros 60 que são executados hoje em todo o mundo.
Mafra também avalia que todos os dados de levantamentos econômicos sobre logística dão o maior potencial de crescimento ao setor aéreo. "Regiões com esse posicionamento serão mais competitivas em médio prazo", diz, ao lembrar que o complexo demoraria mais de uma década para ficar pronto e que é necessário planejar o futuro.
Para o consultor, Londrina passou por turbulências políticas que inviabilizaram as discussões, além da falta de interesse do governo e da iniciativa privada em pagar pelo estudo, que chegou a ser cotado por 300 mil euros (R$ 911 mil). Apesar de considerar a grande influência do aeroporto londrinense sobre o maringaense, tanto pelo maior fluxo de carga como pela torre de comando regional ficar em Londrina, ele diz que a cidade vizinha está hoje mais organizada no setor. "É preciso fazer um projeto de desenvolvimento para Londrina, porque não temos espaço no Paraná para dois projetos do tipo." (F.G.)