A Companhia de Habitação (Cohab) de Londrina aceitou ceder ao Município uma área de 1,2 milhão de metros quadrados, localizada na zona norte (próxima à PR-445), para implantação de um parque industrial. A informação é do presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi. Segundo ele, a Codel trabalha para viabilizar o projeto "a curto prazo". Nos cálculos da Codel, sobrariam 800 mil metros quadrados líquidos, onde seria possível instalar 160 indústrias, considerando-se lotes médios de 5 mil metros quadrados.
"Hoje temos poucas opções de áreas para oferecer a indústrias. O parque industrial resolve o problema da falta de terreno por um bom tempo", afirma Veronesi. Atualmente, o terreno é considerado área de expansão urbana e, no projeto do Plano Diretor que ainda não foi aprovado pela Câmara, passará a Zona Industrial 2 (ZI2). Segundo o presidente da Codel, a Prefeitura irá enviar um projeto de lei ao Legislativo propondo a alteração caso a proposta do parque industrial fique pronta antes da aprovação do novo plano diretor. "O zoneamento ZI2 permite indústrias potencialmente não poluentes", afirma Veronesi. Como exemplo, segundo ele: indústrias têxteis, farmacêuticas e metalmecânicas.
Caso seja viabilizado, será lá que a Prefeitura irá instalar o "Projeto Amarelo". Desde a administração passada, Londrina disputa com outros municípios a fábrica de uma multinacional farmacêutica, que pode gerar até mil empregos. "É um investimento de R$ 260 milhões", conta o presidente da Codel. No último encontro dele com a empresa de consultoria que intermedeia a vinda da multinacional para o Brasil, Veronesi diz que foi "sabatinado por três horas" sobre vários aspectos de Londrina. "Respondemos prontamente a todos os questionamentos. As negociações avançam, mas ainda temos alguns meses para uma definição", explica.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Flávio Balan, é muito importante "retomar a discussão" sobre a industrialização da cidade. "O parque da zona norte é fundamental para resolver o problema mais imediato de falta de terreno. É importante que a administração se preocupe em dar alternativas aos empresários que querem investir aqui", afirma.
Segundo Balan, o Núcleo de Desenvolvimento de Londrina, que reúne várias entidades além da Acil, sugeriu à Prefeitura que as margens da PR-445, saída para Curitiba, também sejam destinadas à atividade industrial. "Com a duplicação da rodovia, será um atrativo importante, facilitando o escoamento da produção de quem se estabelecer naquele local", declara.