Começou a zero hora de hoje o Black Friday no Brasil, dia de ofertas de produtos e serviços com descontos no comércio eletrônico. Só o portal Busca Descontos, que realiza a quarta edição do evento no País, deverá publicar 4,5 mil ofertas de mais de 100 lojas virtuais, entre elas grandes empresas como Netshoes, Walmart.com.br, Americanas.com, Magazine Luiza, Cia Hering, Coca Cola Clothing e RiHappy. Outras lojas do comércio eletrônico também participam da data com promoções independentes.
A edição deste ano da Black Friday deve movimentar R$ 390 milhões para o varejo digital, isto é, crescimento de 60% em relação ao ano anterior, quando houve faturamento de R$ 243,8 milhões, de acordo com a e-bit, empresa especializada no comércio eletrônico. O Busca Descontos espera que mais de 850 mil pedidos de compras sejam feitos durante as 24 horas de hoje nas lojas participantes da promoção no portal. As categorias de eletrônicos, informática, eletrodomésticos, games, moda e acessórios deverão ser as mais requisitadas.
Na edição passada do Black Friday, ocorrências de "maquiagem de preços" ganharam grande repercussão. O termo consiste na elevação dos preços dos produtos na véspera para a aplicação do desconto no dia do evento. Para prevenir estas situações, o Busca Descontos contratou empresa que monitora preços dos produtos no varejo eletrônico para identificar ofertas verdadeiras. Além disso, disponibilizou o Código de Ética em parceria com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, por meio da qual as empresas que aderiram se submeteriam a cumprir diversos compromissos com o consumidor.
Mesmo assim, a assessora jurídica do Procon Paraná, Cila de Fátima Mendes dos Santos, ressalta a necessidade de o consumidor ficar atento às ofertas para evitar fazer um mau negócio. Mesmo que a oferta pareça atrativa, ela recomenda fazer a pesquisa dos preços para ter certeza de que se trata mesmo de uma oferta compensadora, e que o consumidor verifique se o site é idôneo. "Existe uma lei estadual que diz que os sites têm que conter CNPJ, endereço, razão social, telefone. Se porventura o consumidor tiver problemas com a compra, tem a quem recorrer administrativamente ou judicialmente."
Ela também lembra que o consumidor pode entrar em contato com os órgãos de defesa do consumidor municipais para checar se existem muitas reclamações sobre a empresa na qual planeja efetuar uma compra. No site do Procon PR, é possível encontrar o cadastro de reclamações da entidade, que mostra nomes de empresas que receberam muitas queixas de consumidores. É importante, ainda, que o consumidor avalie se está mesmo precisando do produto, para evitar compras por impulso.
A oferta mostrada no momento da compra precisa ser cumprida, reitera a assessora jurídica. Para ter um comprovante da proposta de venda em mãos, ela orienta o consumidor a fazer impressões da tela em que esta é mostrada. "Se notar alguma irregularidade, não compre", diz a assessora. "E se houver problemas depois, como a não entrega do produto, cobrança errada, etc, procure os órgãos de defesa do consumidor."