Orientação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) é que as agências reabram hoje ao público
Orientação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) é que as agências reabram hoje ao público | Foto: Marcos Zanutto



Os bancários de Londrina aprovaram ontem a proposta salarial da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o fim da greve de 31 dias e o retorno ao trabalho para hoje. Em assembleia na sede do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região, a ampla maioria entre cerca de 200 pessoas decidiu aceitar os 8% de reposição inflacionária, abono de R$ 3,5 mil e de alta de 15% no vale alimentação, além de 10% no vale refeição e no auxílio creche. Ainda, o acordo prevê a reposição integral da inflação no próximo ano, mais 1% de aumento real no salário e em todas as verbas.
A Fenaban, braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), concordou também com o abono integral de todos os dias de paralisação, desde que com retorno ao trabalho hoje. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) orientou a categoria pela aprovação da proposta, em assembleias que ocorreram ontem em vários sindicatos em todo o País. No Paraná, as votações na Capital e nas principais cidades não havia fechado até o fechamento desta edição.
Diretor do sindicato de Londrina, Joseph Sônego afirmou ontem que o acordo representou uma vitória pelo comando de greve e que vale, na cidade, para bancos públicos e privados. "A proposta é bianual, porque, em 2017, prevê automaticamente um reajuste que contemplará a inflação do período, com mais 1% de ganho real", disse. Isso como um contraponto à reposição abaixo da alta de preços, porque o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses até 31 de agosto de 2016 foi de 9,62%.
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, também um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, considerou o resultado bom diante da conjuntura econômica do País e pelas propostas iniciais da Fenaban. A primeira previa reposição de 6,5% e um abono para compensar a diferença, o que, sem a incorporação ao salário, resultaria em achatamento nos anos seguintes. "O debate de um modelo diferente, que garantisse que aquela velha fórmula não voltaria em 2017, apareceu no cenário e foi considerado importante. A presença dos bancos públicos na CCT de 2017 e a garantia de reajuste acima da inflação para todos eram fundamentais", disse, em nota.

Realocação
Durante a décima rodada de negociação, os bancos também concordam em implantar a licença-paternidade de 20 dias, conforme lei sancionada neste ano durante o governo Dilma Rousseff. Também foi considerada uma conquista da categoria a instalação de um Centro de Realocação e Requalificação Profissional nos bancos, para buscar realocar os funcionários ameaçados pela reestruturação em um determinado local com a chance de transferências, de modo a evitar demissões.
Para a Participação sobre Lucros e Resultados (PLR) e antecipação da PLR foram mantidas as mesmas regras, com reajustes dos valores fixos e limites pelo INPC de setembro deste ano a agosto de 2017, acrescido de aumento real de 1%, com data de pagamento final até 1º de março de 2018. O piso para portaria ficou em R$ 1.487,83, para escritório, em R$ 2.134,19, e para caixa ou tesouraria, R$ 2.883,01. Todos valem para contrato após 90 dias de experiência.
Entre 2004 e 2015, a categoria havia conseguido aumento real de 20,85%, além de 42,1% no piso salarial. São 512 mil bancários em todo o Brasil. De acordo com a Contraf-CUT, a paralisação deste ano atingiu 13.123 agências e 43 centros administrativos em todo o País. O número representa 55% dos locais de trabalho.