Imagem ilustrativa da imagem Avicultura supera milho caro e produz mais em 2016
| Foto: Gina Mardones/02-09-2011
Paraná ainda é o maior exportador de carne de frango do País, com 36% do volume total comercializado
Imagem ilustrativa da imagem Avicultura supera milho caro e produz mais em 2016



A turbulência enfrentada pelo setor avícola paranaense com a alta das commodities mexeu com o segmento este ano, mas não foi capaz de frear os embarques do produto para o exterior ou mesmo o número de abates neste primeiro semestre. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foram exportadas 941,51 mil toneladas da proteína pelo Paraná de janeiro a julho deste ano.
O valor é 10,3% superior ao primeiro semestre do ano passado, quando 853,1 mil toneladas foram embarcadas. Números que colocam o Paraná novamente como o maior estado exportador de carne de frango do País, com 36% do volume total comercializado, principalmente com Arábia Saudita, China, África do Sul, Emirados Árabes e Japão.
E se a exportação continua forte, os abates seguem a mesma tendência. De acordo com dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), até julho foram abatidas 1,04 bilhão de aves, um crescimento de 9,1% em comparativo ao mesmo período do ano passado, quando o valor atingiu 953,2 milhões de cabeças.
O presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, relata que apesar dos problemas com o encarecimento da ração das aves – principalmente do componente milho - a atividade paranaense está estruturada para atender os mercados externo e interno, sem deixar o consumidor desabastecido. "Estamos sempre trabalhando na expectativa de que a situação melhore. Mesmo com a reação do preço do milho em abril, precisamos sempre terminar os animais que estão na granja. Os problemas que ocorreram em algumas empresas do setor foram casos pontuais", salienta.
Um ponto que, segundo Martins, auxiliou o setor é que a safra atual acabou sendo melhor que algumas perspectivas anteriores, o que ajudou a segurar as commodities importantes para o setor avícola. "O tempo ajudou bastante a segurar os custos das matérias-primas. A safra foi boa no País e também nos Estados Unidos, com os estoque internacionais bem confortáveis", ameniza.
Em relação à queda no preço do dólar, ele comenta que a remuneração continua rentável para as empresas, mas o ideal é se "estivesse na casa dos R$ 3,50". Uma das estratégias para melhorar a remuneração, sem dúvida, foi mudar o mix de produtos enviados aos principais compradores e focar nos cortes especiais. "Nossa atividade possui uma boa flexibilidade neste sentido. Estamos focando mais nos produtos in natura em deixando os semiprocessados em segundo plano", complementa.
Já no mercado interno, a situação não é tão boa, mas algo que precisa ser enfrentado, já que os problemas afligem diferentes setores. "Não conseguimos repor os preços no mercado interno. Mas cá para nós, o desemprego é alto e a população está segurando até no consumo de carne de frango. É um cenário que temos que aguardar para superar", avalia Martins.
Para o segundo semestre, a perspectiva do presidente do Sindiavipar é positiva, de um cenário político e econômico mais estável e com o setor fechando no azul. "Eu acredito que o pior já passou. Depois dessa situação de julgamento do impeachment, aguardamos um novo fôlego. Se os políticos não podem nos ajudar, que eles pelo menos não nos atrapalhem."