Brasília - O Plenário do Senado Federal aprovou ontem, por 56 votos a favor e 13 votos contrários, a indicação do economista Ilan Goldfajn para assumir a presidência do Banco Central. Houve uma abstenção. Ilan ainda precisa ser nomeado para o cargo pelo presidente interino Michel Temer para assumir a função. O economista não deve participar, no entanto, da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) que termina hoje. Mais cedo, a CAE (Comissão de Assunto Econômicos do Senado) aprovou a indicação por 19 votos a favor e 8 contrários.
Durante a sabatina na comissão, Ilan afirmou que terá como objetivo cumprir plenamente a meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo governo, mirando o seu ponto central. Desde 2009, a inflação medida pelo IPCA não fica próxima ao centro da meta. Nos 12 meses encerrados em abril, a taxa está acima de 9%.
"Estamos no caminho para meta de 4,5%? Sim. Em um momento não muito distante pretendemos atingir o centro da meta", disse.
O economista afirmou que a retomada do crescimento econômico, da queda dos juros e do aumento do emprego passam pela reorganização das contas públicas. E refutou a tese de que o aumento de gastos e da inflação contribuam para o crescimento do País.
"Nossa história recente bem demonstra que níveis mais altos de inflação não favorecem o crescimento econômico, pelo contrário. A literatura econômica já refutou por diversas vezes o falacioso dilema entre a manutenção de inflação baixa e crescimento."
Para o economista, é necessário abandonar a política econômica adotada nos últimos anos e resgatar "o velho e bom tripé macroeconômico", que inclui responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e cumprimento da meta de inflação.
"Todos nós gostaríamos de ver o custo de dinheiro cair. A dúvida é qual a melhor maneira para fazer isso. Temos que trabalhar nas raízes da causa, para que não se entre em um atalho, para que caia de forma permanente."