Tony Novaes, Jhonathan Campos Lucas e Aislan Guidone: transformação de uma boa ideia em negócio
Tony Novaes, Jhonathan Campos Lucas e Aislan Guidone: transformação de uma boa ideia em negócio | Foto: Saulo Ohara


Empresas do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) estão acolhendo ideias inovadoras apresentadas por empreendedores. O processo, chamado de "spin in", tem o objetivo de contribuir para a transformação de uma boa ideia em negócio e os dois lados ganham com isso.

Desde fevereiro, a Gelt, empresa de Tecnologia da Informação (TI) de Londrina, abriu espaço em sua sede para receber pessoas que apresentam uma ideia interessante de produto ou serviço. Tony Novaes, sócio da Gelt, afirma que já existem duas ideias em desenvolvimento no local, voltadas a mídias sociais, Recursos Humanos e varejo.

"É uma aceleração e uma ajuda no desenvolvimento final do projeto", explica Novaes. A Gelt contribui, por exemplo, com o planejamento estratégico e financeiro, com a usabilidade e com o aspecto visual do projeto, que precisa estar atrelado ao segmento em que a empresa atua. A ideia é fazer uma "parceria" para que no futuro o projeto se torne uma empresa e a Gelt entre como sócia.

Um dos projetos acolhidos pela empresa tem o objetivo de convergir em um só ponto todas as redes sociais e foi proposto pelo estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Unopar Jhonathan Campos Lucas. "A Gelt tem contato com empresas e estrutura que podem fazer minha ideia virar realidade muito mais rápido", declara Lucas. Os demais projetos querem melhorar os processos de controle das jornadas de trabalho e de lançamento de produtos no mercado.

A Great Mob, empresa consultoria de TI e desenvolvimento mobile formada recentemente pelos empresários Gilmar Machado e Edvaldo dos Santos, já nasceu com o intuito de "incubar" ideias inovadoras com o apoio de um sócio investidor da Argentina. Segundo Machado, já existem três ideias a serem incubadas na empresa nas áreas de varejo e saúde. "Ao invés de criarmos uma empresa típica de desenvolvimento e tecnologia, resolvemos acolher ideias. Hoje, na sala que temos na Gleba Palhano, temos espaço para 10 a 12 pessoas que queremos trazer para dentro e mentorar."

CULTURA DE INOVAÇÃO

Para Fabrício Bianchi, consultor do Sebrae Londrina, os processos de spin in são uma "possibilidade de colocar no DNA da empresa a cultura de inovação", uma forma de inovar sem precisar "reinventar a roda" e uma "alavanca de competitividade" para as empresas despontarem no mercado. Segundo ele, as empresas de Londrina já faziam isso sem saber que se tratava de uma spin in. "A diferença é que agora elas fazem isso buscando uma integração maior da estratégia com o ecossistema."

NOVOS PROJETOS

Casos de parcerias que após um período de "incubação" em uma empresa já estabelecida rendem novas companhias também já se tornaram frequentes na região. Um deles é o da EliteSoft, empresa de software para o setor de telecomunicações que anunciou uma fusão com a Router Box, de Marialva (Região Metropolitana de Maringá) na semana passada. Além de dois casos de spin off (empresa criada por funcionário e incubada internamente), um já bem-sucedido e outro em andamento, a EliteSoft tem o caso de um consultor de TI e professor universitário que prestava consultoria à empresa e cujo conhecimento viabilizou o desenvolvimento de uma plataforma de segurança da informação.

"Dessa prestação de serviços em algum momento tivemos ideias similares. Eu já vinha trabalhando com segurança da informação como Saas (Software as a Service) e ele (Ignácio Arias, diretor da EliteSoft) estava querendo fazer algo nessa linha", conta Rodrigues. A empresa ajuda Rodrigues com o financiamento, a infraestrutura e a gestão comercial do projeto. "Temos o cliente e vimos a oportunidade de negócios", comenta Ignácio Arias.

Para o consultor, as vantagens da parceria estão na "fusão de expertises diferentes" e no acesso a clientes de um segmento totalmente especializado e no impacto comercial. "Nesse processo, a EliteSoft teve uma fusão com outra empresa do mesmo setor e assim a plataforma nasce com uma força motriz ainda maior", acrescenta Rodrigues. "Não é garantia que todos os clientes terão aceitação, mas muitas etapas acabam sendo queimadas com isso."

Da Solintel, empresa do setor de telecomunicações de Londrina, também nasceu outra empresa para prestar serviços de infraestrutura. "Como estamos no mercado de telecom, os próprios clientes já nos pediam para prestar outros serviços." Um especialista de fora, com expertise na área, foi chamado para assumir a nova empresa. "No resto, transferimos nosso staff, nosso conhecimento em administração, finanças e métodos de excelência em gestão", conclui Asshaías Eugênio, diretor executivo da Solintel. Outro projeto, de software de controle e gestão para prestadores de serviço, também está em desenvolvimento.