Há 17 anos auxiliando os produtores paranaenses, o serviço de previsão meteorológica Alerta Geada, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), entra em ação mais uma vez neste ano a partir da próxima segunda-feira. E os especialistas advertem que o cafeicultor deve ficar muito atento, uma vez que a incidência do fenômeno climático pode vir com mais força.
A meteorologista Ângela Beatriz Costa citou que os ciclos mais fortes de geadas acontecem a cada período de cerca de 10 anos e que estamos neste espaço temporal crítico. O pesquisador do Iapar, Paulo Caramori, recordou que há 12 anos ocorreram sete geadas em um período de 12 dias. Este foi considerada incidência mais forte do fenômeno climático desde então. ''Estamos em um período de transição do La NiÀa. Além disso, historicamente temos geadas severas em um período de 8 a 10 anos na nossa região'', avisou o pesquisador.
O Alerta Geada é dirigido à cafeicultura paranaense, que se estende no Norte ao Noroeste do Estado. O serviço prevê um pré-aviso de 48 horas em caso de previsão de geada e uma confirmação 24 horas antes do fenômeno climático acontecer.
O principal objetivo do Alerta é evitar perdas ou a destruição dos pés de café com até dois anos de implantação, quando a planta é mais sensível ao frio. Segundo o coordenador da área de café da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), Paulo Franzini, existem em torno de 2,4 mil hectares nesse estágio de desenvolvimento em todo o Estado e outros mil hectares com até seis meses de formação.
A partir do disparo de alerta, o produtor tem tempo para adotar medidas para minimizar os riscos. Em pés de café com até dois anos, a recomendação é o enterrio das mudas, que podem ficar nessa condição até 20 dias. Nas lavouras maiores, de seis meses a dois anos, a técnica mais adequada é o ''chegamento'' de terra no tronco, o que pode ser feito já neste mês e durar todo o inverno. ''Já é um hábito do produtor. Nesta época, as consultas aumentam bastante'', afirmou Ângela.
SERVIÇO:O Alerta Geada pode ser consultado pelo telefone (43) 3391-4500 ou pelo site do Iapar (www.iapar.br).