O engenheiro agrônomo e consultor da Scot Consultoria, Antônio Guimarães de Oliveira, comenta que nos últimos três anos a participação de fêmeas nos abates (matrizes) foi muito grande, o que fez com que neste ano a oferta acabasse ficando ainda mais retraída.
Oliveira comenta que em janeiro, devido à estiagem e às chuvas escassas, a situação das pastagens permaneceu ruim e os pecuaristas seguraram as compras para animais de reposição. "Já no início de fevereiro o cenário ficou um pouco mais normalizado e o pessoal saiu às compras, aquecendo o mercado de carnes de forma geral".
No mercado do boi gordo, por exemplo, o indicador Esalq/BM&FBovespa acumula alta de 10% este ano. A elevação no preço é uma das maiores registradas para o período, considerando-se toda a série histórica, atrás somente da verificada em igual intervalo de 1999, quando o indicador subiu 11,3%.
Em termos reais, a média parcial de março, de R$ 123,14 a arroba, é a mais alta desde dezembro de 2010, quando foi de R$ 124,33. No mercado atacadista de carne com osso, a carcaça casada bovina negociada em São Paulo se valorizou 6% neste ano, cotada a R$ 8,24/kg essa semana. O maior patamar nominal de toda a série histórica do Cepea para este produto (iniciada em 2001) foi observada na última terça-feira, de R$ 8,32/kg. (V.L.)