O gelato, mais que uma sobremesa, é considerado na Itália uma refeição completa, podendo ser consumido até no café da manhã
O gelato, mais que uma sobremesa, é considerado na Itália uma refeição completa, podendo ser consumido até no café da manhã | Foto: Fotos: Saulo Ohara



Receita milenar creditada aos chineses, o sorvete sempre ganha destaque nesta época do ano. Recebendo inúmeros incrementos ao longo dos tempos, a mistura preparada originalmente com neve, mel, ovos e frutas vem adquirindo novas versões a cada verão. Uma das mais recentes novidades é o gelato produzido em uma chapa congelada a 25 graus negativos.

Acredita-se que invenção surgida na China há mais de três mil anos teria ganho adição de água acrescentada pelos árabes, que batizaram a receita sberbeth, que viria a se transformar nos famosos sorbets que conquistaram o mundo. Foi na Itália, no entanto, que o sorvete ganhou requinte e uma dose extra de sabor. Famosos por produzirem os gelatos mais saborosos do planeta, os italianos introduziram o leite entre os ingredientes da receita original e criaram máquinas especialmente para produzi-los, as mantecadoras, palavra que deriva do mantecare que significa bater, misturar. Dava-se origem então aos gelatos que vêm sendo aprimorados há gerações.

Ao contrário do que muita gente pensa, o gelato não é preparado numa chapa quente, mas fria, onde a pasta base importada é congelada a 25 graus negativos
Ao contrário do que muita gente pensa, o gelato não é preparado numa chapa quente, mas fria, onde a pasta base importada é congelada a 25 graus negativos



A preparação do gelato é levada tão a sério na Itália que o país é o único no mundo a possuir a Universidade do Gelato, localizada na Bolonha, onde os estudantes aprendem tudo sobre a produção do sorvete. Entre os italianos, o gelato é considerado muito mais que uma simples sobremesa, é tido pelos moradores locais como um produto completo para a alimentação, já que contém proteínas, açúcares e leite, podendo ser consumido até mesmo no café da manhã.

"O grande diferencial do gelato italiano é que a receita é preparada com ingredientes frescos, sem conservantes e com baixo teor de açúcar", explica o mineiro Abner de Carvalho, proprietário da sorveteria DonCiotto. "A base do sorvete é feita com iogurte neutro. O sabor do gelato é escolhido na hora por quem vai consumir e obtido por ingredientes extras que são acrescidos à receita na hora da preparação que deve ser consumida, no máximo, de um dia para o outro", esclarece.

O mercado brasileiro de produção, consumo e consumo per capita de sorvetes cresceu quase 100% na última década
O mercado brasileiro de produção, consumo e consumo per capita de sorvetes cresceu quase 100% na última década | Foto: Fotos: Shutterstock



Além de preservar a preparação do gelato à moda italiana, o estabelecimento trouxe à Londrina uma novidade que tem feito sucesso Brasil afora, o sorvete preparado na chapa. "Muita gente acha que é uma chapa quente, mas na realidade é o contrário. Pegamos a base líquida do gelato importada da Itália que é transformada em sorvete quando colocada na chapa fria, congelada a uma temperatura de 25 graus negativos", detalha.

Carvalho destaca que a durante a preparação do gelato é possível combinar uma grande variedade de sabores e recheios. "Este método de preparação que é muito popular na Tailândia permite que sejam acrescidos até mesmo recheios trufados nos gelatos. Entre cerca de 70 combinações estão frutas, chocolates, cafés, ovomaltine, paçoca, leite ninho e outros ingredientes. Vale destacar que o tempo de preparação de um gelato é muito rápido. Em apenas um minuto e meio é possível produzir qualquer item do cardápio.", salienta.

Imagem ilustrativa da imagem Sabores - Sorvete na chapa



O mercado brasileiro de produção, consumo e consumo per capita de sorvetes cresceu quase 100% na última década, conforme dados da ABIS (Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes). Apesar do crescimento, a demanda pelo produto no país ainda é pequena quando comparada aos países que possuem temperatura mais baixa. Enquanto os brasileiros consomem cerca de 6,2 litros por habitante ao ano, na Nova Zelândia, cada pessoa toma aproximadamente 26,3 litros por ano, seguida dos Estados Unidos (22,5 litros), Canadá e Austrália (17,8 litros/cada).