Cada vez mais apertado
O Corinthians titular continua invicto. Ou quase. Porque enquanto estiveram em campo, os onze preferidos de Fábio Carille perderam do São Paulo por 1 x 0. Era o placar do intervalo, quando Jádson foi substituído por Marquinhos Gabriel. A queda de produção do camisa 10 explica em parte por que o líder ganhou só duas vezes e marcou apenas três gols no segundo turno. Para a estatística, o gol de um reserva, Clayson, mantém o retrospecto com doze partidas, com sete vitórias e cinco empates, quando os titulares iniciaram jogos.

Domingo, o Corinthians estava pior do que o São Paulo, até as alterações de Dorival Júnior jogarem a equipe para trás. Saiu Lucas Fernandes, com dores musculares, entrou Denílson. Depois Cueva foi substituído por Jucilei.
Apesar de ser menos criativo no returno, o Corinthians mantém qualidades. Quando sofreu o gol de Petros, marcava com duas linhas de quatro posicionadas tão próximas que só a infiltração de um volante e um chute surpreendente e sem ângulo puderam vencer Cássio. O goleiro poderia ter feito a defesa.

Fábio Carille destaca ter aprendido com Mano Menezes a importância da compactação e de jogar num espaço de trinta metros. Entre o zagueiro Balbuena e o centroavante Jô, agrupa-se num espaço pouco maior do que o de uma grande área, a medida oficial é de 16,5 metros.

Não é exclusividade corintiana, mas é quem melhor faz isto no Brasil. Há trinta anos, quando Arrigo Sacchi montou a histórica equipe do Milan, bicampeã da Europa, falava-se em jogar em três quartos do campo. Significava ter do primeiro zagueiro até o último atacante a compactação em 35 metros. Hoje em dia, os times estão mais curtos.

Então, Hernanes tinha dificuldade para sair da marcação de Gabriel e Maycon diminuía o espaço para Cueva. O São Paulo finalizou seis vezes, na frente com Cássio foram duas jogadas de Hernanes, aos 40 segundos do início do primeiro tempo e a 40 segundos do fim dessa mesma etapa.

Rodada após rodada, o São Paulo dá mais sinais de encorpar, mas segue pagando pela mistura de dois fatores. O primeiro é remontar a equipe durante a campanha. Dorival Júnior montou a 13ª formação diferente em treze partidas. No dia da sua estréia, em julho, Renan Ribeiro, Buffarini, Jucilei, Wellington Nem e Jonathan Gómez eram titulares.

O segundo fator é a insegurança da briga para não cair. Dorival Júnior certamente ficou na dúvida entre seguir no ataque e correr o risco de sofrer o empate no contra-golpe. O contraponto foi o erro em duas alterações, que puxaram o São Paulo para trás e permitiram o empate.

Lucas Fernandes sentiu lesão e há o depoimento do repórter André Hernan de que Cueva chegou ao banco de reservas dizendo não agüentar mais. Mas as entradas de Denílson e Jucilei tiraram do São Paulo a agressividade que tinha até a metade do segundo tempo.

O líder mantém a folga e a perspectiva de ser campeão com mais antecipação do que o tricolor de Muricy Ramalho, confirmado campeão na 33ª rodada, dez anos atrás. O São Paulo terá de arrancar pontos fora do Morumbi, palco dos quatro maiores públicos deste Brasileirão.

MELHORA
Com mais tempo de treino, o Palmeiras está melhor. Joga mais com a bola no chão, Moisés faz o jogo passar pelo meio, há velocidade. Como Cuca gosta, 37% dos desarmes são no ataque. O problema é que a reação demorou muito a acontecer. São onze pontos de distância para o líder.

LEVIR CORRIGE
Jean Mota foi preterido da escalação na partida contra o Barcelona, pela Libertadores, e voltou à equipe contra o Atlético-PR. Verdade que ele não dá segurança de jogar bem sempre. Mas atacar o Barcelona teria sido uma maneira mais firme de tentar a classificação quarta passada.