A radiografia da final
O Corinthians chega à decisão do Paulista depois de eliminar o São Paulo e de vencer o adversário mais difícil: o descrédito. Da saída de Tite à afirmação de Fábio Carille, foram nove meses de gestação.

Ainda não se olha o time que nasceu como um rebento forte e bonito. Parece magrinho e feio, especialmente depois da eliminação da Copa do Brasil.
Mas está vivo.

Carille luta para superar o grande desafio de um treinador iniciante. É firme nas decisões e nas entrevistas. A um jovem técnico, não basta convencer seus jogadores. É preciso também expressar-se com firmeza para que torcida, diretoria e até a imprensa acredite nele.
Carille está no caminho.

O miolo de defesa menos vazado do Brasil, formado por Pablo e Balbuena será fundamental para levantar o 28º título estadual da história corintiana. O primeiro passo é não sofrer gols. O segundo, ter a capacidade de contra-atacar, como fez no Morumbi, mas nem sempre consegue.
Há conquistas evidentes no Corinthians finalista. Além da defesa, as descobertas das divisões de base. Arana é o líder de passes para gols corintianos nestes primeiros quatro meses do ano e Maycon cresce dia a dia.

Falta um homem no ataque. Neste momento, é impossível dizer que Jô não funciona e até os críticos de Angel Romero devem reconhecer que tem valor pelo trabalho tático que desempenha. Participa mais na defesa do que no ataque.

Mas será melhor se Clayton ganhar confiança para ocupar a ponta, na vaga do paraguaio.
Nesse caso, o Corinthians começará a estruturar seu setor ofensivo, ainda raquítico. Se for em tempo de jogar as finais contra a Ponte Preta, o time crescerá muito para ganhar o troféu. Não basta ficar sem sofrer gols em Campinas. É preciso marcar em Itaquera, para evitar a oitava derrota em mata-matas em casa.

A GRANDE CHANCE
O melhor time da história da Ponte Preta foi o de 1977. Não foi o único. Dona de um único troféu de campeão, na Segunda Divisão de 1969, a Ponte foi vice em 1970, 1977, 1979, 1981 e 2008. Todos eram timaços.

Mas o de 1977 era especial: Carlos, Jair, Oscar, Polozi e Odirlei; Vanderlei, Dicá e Marco Aurélio; Lúcio, Rui Rei e Tuta. O técnico Zé Duarte voltou à final dois anos depois, contra o mesmo Corinthians, com substitutos importantes, como o ponta João Paulo, o lateral Toninho Oliveira e o meia Osvaldo, campeão mundial pelo Grêmio.

Não diga que o time atual está pronto. Joga junto há um ano e meio, mas mudou de técnico duas vezes em seis meses.

Verdade que com mais critério do que o Palmeiras.
Enquanto no Allianz Parque trocou-se a marcação individual e o jogo de pressão de Cuca pela posse de bola de Eduardo Baptista, a Ponte mudou de Eduardo para Felipe Moreira e depois para Gilson Kleina, treinadores de características semelhantes.

Kleina era o treinador da Ponte em 2012, quando eliminou o Corinthians no Pacaembu, quartas de final. Sua equitpe é sempre compacta, às vezes num 4-4-2, outras 4-1-4-1. Sobe a marcação, dificulta a saída de bola dos adversários e é rápido para definir as jogadas.
E há uma diferença em relação às finais da Ponte dos anos 1970 e 1980. Desta vez, haverá um jogo em Campinas.

SAIR DA CRISE
A arquibancada inteira olha para Eduardo Baptista e julga. A crítica atual é demorar para interferir na partida. Não é bem assim. Ocorre apenas que Eduardo não tem a experiência de Cuca e o nome do treinador campeão brasileiro sempre voltará à tona nas derrotas.

MONSTRO
O argentino Lionel Messi, do Barcelona foi o nome do jogo no Santiago Bernabéu. Marcou dois gols, o seu número 500 com a camisa do Barcelona. Faltou estratégia a Zidane nos minutos finais. Sobrou categoria a Lionel Messi para decidir o maior jogo do mundo.

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