Imagem ilustrativa da imagem Tomás de Aquino e a vaca voadora
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1. Certa vez, S. Tomás de Aquino estava imerso em seus pensamentos, quando os colegas de mosteiro resolveram lhe pregar uma peça. Reunidos na frente de uma janela, os frades disseram ao grande filósofo:

“Tomás, Tomás! Vem cá ver o que nós estamos vendo: uma vaca voadora!”

O bonachão Tomás despertou de suas reflexões e, muito lentamente, dirigiu-se até a janela, enquanto os colegas seguravam o riso.

Naturalmente, não havia nenhuma vaca voadora. Um dos frades então disse:

“Tomás, você é tão inteligente, mas foi enganado como uma criança.”

“É que eu achei mais fácil uma vaca voar do que um frade mentir.”

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2. De outro santo, cujo nome me foge agora.

“Já sabe o que estão falando de você por aí?”

“Sei.”

“E não vai fazer nada?”

“Se falam isso, é porque não me conhecem. Se me conhecessem mesmo, falariam coisas muito piores!”

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3. Tudo que deixa de ser novidade torna-se esquecimento ou tradição. Esse processo se tornou cada vez mais acelerado; antes eram necessários vários anos para que alguma coisa encontrasse o seu destino no tempo; hoje, é uma questão de minutos.

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4. Uma das principais fontes do sofrimento humano é o pecado. Em consequência de nossa condição decaída, somos muitas vezes levados a pecar sem saber que estamos pecando. Daí a necessidade do conhecimento, a importância da confissão e o dever moral de buscar a inteligência: sem a inteligência, tornamo-nos escravos dos nossos instintos, dos nossos vícios, dos nossos demônios. Na medida em que vamos abrindo os olhos, começamos a descobrir a longa lista de nossos pecados. Comigo essa descoberta se deu aos 30 anos; até então eu era, se não totalmente cego, inclinado a justificar meus crimes, camuflando-os com os adornos da ideologia política.

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5. A coluna humana possui 33 vértebras, o mesmo número atribuído à idade de Cristo. A mensagem é evidente: todos carregam a cruz dentro de si mesmos. Ser alguém que não é Deus, ser um pecador, significa arcar com as consequências daquilo que fizemos. Por isso, quando perguntam qual o sentido da minha vida, sempre digo: “Limpar as porcarias que fiz”.

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6. Definitivamente, pertenço ao lado dos que sofrem a política, não o dos que a fazem.

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7. Escrever mal, para um escritor, é uma falha de caráter. Levando isso em conta, temo que algum leitor mais crítico me ligue só para dizer: “Canalha!”

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