A falta de investimentos em tecnologia pode deixar o Brasil sem previsão do tempo. O supercomputador Tupã, apesar de ter apenas sete anos, é considerado velho para desempenhar as funções que se espera da principal ferramenta da meteorologia nacional. Ele tem capacidade para realizar 258 trilhões de cálculos por segundo e, quando foi comprado, figurava à época no seleto grupo dos 30 computadores mais rápidos do mundo. Hoje não está nem entre os 500 primeiros da lista. A renovação tecnológica rápida pede também um ritmo mais ágil na atualização dessas máquinas, que são muito caras, mas essenciais para a segurança, energia, agricultura e para o bem-estar da população. A prevenção a desastres naturais ficaria seriamente comprometida sem que outro supercomputador viesse substituir a velha máquina, que está instalada no Centro de Previsão de Tempo e Meteorologia, órgão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. A queda do sistema rodado pelo Tupã traria prejuízo para a previsão do clima em todo o país, pois existe uma cadeia de dependência, levando em consideração que o supercomputador do Inpe está ligado a uma rede mundial de sistemas meteorológicos. A solução provisória encontrada é substituir os processadores para dar uma sobrevida de dois anos à máquina, ação que vai custar R$ 10 milhões, dinheiro recebido com ajuda de recursos ministeriais e emendas parlamentares. Um novo equipamento custa R$ 120 milhões. O valor é alto. Mas é um investimento que precisa ser feito para que o país mantenha a evolução em sua estrutura meteorológica.